29 de janeiro de 2016

Castelobruxo - a escola de magia e bruxaria brasileira

Nós já sabíamos que existiam outras escolas de magia e bruxaria além de Hogwarts. Esse final de semana, durante o evento A Celebration of Harry Potter, na Universal Studios, em Orlando - assim como no Pottermore - foram divulgados os nomes de algumas escolas, assim como um pouco sobre a história de algumas delas!

Foi divulgado que, ao redor do mundo, existem onze escolas de magia prestigiadas. Além daquelas que já conhecemos - Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang - foram divulgados os Mahoutokoro, no Japão; Uagadou, que aceita os alunos da África; Ilvermorny, que não teve seus dados divulgados; e Castelobruxo, a escola brasileira.


Castelobruxo

Tradução do Pottermore.

A escola de magia brasileira, que aceita alunos de toda a América do Sul, pode ser encontrada escondida no meio da floresta tropical. O castelo fabuloso parece ser uma ruína para os poucos olhares trouxas que caem sobre ele (um truque também utilizado em Hogwarts; as opiniões se dividem sobre quem teve a ideia). Castelobruxo é um edifício imponente de rocha douradas, constantemente comparada com um templo. Tanto o edifício como seu terreno são protegidos pelo Caipora, pequenos seres espirituais e peludos que são extraordinariamente travessos e levados, que surgem na calada da noite para vigiar os alunos e as criaturas que vivem na floresta. A antiga diretora de Castelobruxo, Benedita Dourado, rir muito, durante uma visita de intercâmbio à Hogwarts, quando o diretor Armando Dippet queixou-se do fantasma Pirraça. Sua oferta para enviar alguns Caipora para a floresta proibida 'para mostrar o que realmente é problema' não foi aceita.

Os estudantes de Castelobruxo se vestem com robes de um verde brilhantes e são avançados principalmente em Herbologia e Magizoologia; a escola oferece programas de intercâmbio muito populares para estudantes europeus* que desejam estudar a fauna e lora mágica da América do Sul. Castelobruxo tem vários ex-alunos famosos, incluindo um dos mais famosos fazedores de poções, Libatius Borage (autor de, entre outras obras, O Preparo de Poções Avançado; Anti-Venenos Asiários e Tenha Você Mesmo uma Fiesta em uma Garrafa"), e João Coelho, capitão do Tarapoo Tree-Skimers, time de Quadribol mundialmente reconhecdio.

* Essa foi uma das viagens que os pais de Gui Weasley não puderam pagar, de modo a decepcionar seus amigos por correspondência de Castelobruxo, que lhe enviaram algo desagradável pelos correios.

27 de janeiro de 2016

Entrevista com Sarah Dessen

Entrevista retirada do Blog da Companhia.


Em 2015, a Editora Seguinte publicou Os bons segredos, um livro cheio de descrições gastronômicas que acompanha a história de Sydney, uma garota que sempre se sentiu ofuscada pelo irmão (mesmo após ele ser condenado à prisão por atropelar um garoto), mas aos poucos encontra aceitação junto a um novo grupo de amigos que a enxerga como ela é.

O livro foi escrito por Sarah Dessen, autora americana que já vendeu mais de 8 milhões de exemplares ao redor do mundo e é considerada um dos maiores destaques da literatura jovem adulta contemporânea.

Como vários blogueiros têm lido e resenhado Os bons segredos, resolvemos chamar alguns deles para entrevistar a autora. Veja as respostas:

1. Para você, o que torna Os bons segredos especial em relação aos seus trabalhos anteriores? Você tem alguma preocupação quando começa a escrever um novo livro? - Priscylla Plauto (Três Coisas) & Aymée Meira (Macchiato)

Os bons segredos é especial para mim por vários motivos, mas um dos principais é que talvez seja o livro mais ambicioso que escrevi nos últimos tempos. É uma história sobre família e amizade, mas também tem um romance importante. Há várias peças em jogo, o que às vezes dificultava a escrita. Mas tenho muito orgulho da história de Sydney.

O que mais me preocupa quando começo a escrever é 1) não terminar; e 2) não conseguir fazer jus à minha ideia original. Em Os bons segredos, sinto que cumpri esses dois quesitos. Pra mim já é suficiente!


2. De quais autores você mais gosta e quais mais te inspiram a escrever seus livros? - Lucas Duarte (Capa e Título)

Eu cresci lendo muitos autores americanos sulistas, como Harper Lee, Lee Smith e Kaye Gibbons. Eu adorava o fato de que as histórias eram sobre cidades pequenas, mas ainda assim tinham muitas camadas e vozes diferentes. Também amo muito A Prayer for Owen Meany, de John Irving. É meu livro preferido, um dos únicos que reli várias vezes. Cada vez que leio encontro algo novo, diferente e significativo. Para mim, isso é o que caracteriza um bom livro.

3. Uma das coisas mais marcantes em seus livros são as reflexões que eles geram. É tocante vê-la abordando temas tão complexos e, infelizmente, reais no dia a dia dos jovens. Por isso, gostaria de saber qual das suas histórias foi a mais dolorosa de escrever (exatamente por causa da complexidade dos temas abordados). - Paola Aleksandra (Livros & Fuxicos)

Considerando a complexidade dos temas, acho que Just Listen e Dreamland foram os mais difíceis de escrever. Os enredos envolvem abuso sexual e violência doméstica, respectivamente. Então eu tive que construir minhas personagens e depois fazê-las passar por uma situação horrível. Você acaba se apegando e se emocionando. Especialmente com a Caitlin, de Dreamland, havia dias em que eu precisava me afastar do computador e tomar um ar. Eu sabia que ela ia ficar bem: eu estava decidida que ela ficaria. Mas até chegar lá, precisava passar por muita coisa. E eu tive que encarar tudo com ela, de certa forma.

4. O que mais me chamou atenção no livro foi o comportamento dos pais de Sydney. Apesar de todos os problemas com o filho mais velho, eles continuaram a defendê-lo e Sydney sempre ficou em segundo plano (e por muito tempo se acostumou a isso). A atitude dos pais dela me parecia, em muitos momentos, machista. Essa realidade é algo que você percebe em algumas famílias? Você se inspirou em alguém ao inserir esse drama familiar na história? - Raquel Araujo (Por uma Boa Leitura)

Já ouvi muita gente comentando isso sobre Os bons segredos desde que foi lançado, e entendo completamente seu ponto. Para mim a questão não era o machismo mas a própria forma como a mãe de Sydney encarava a vida. Seus filhos eram suas conquistas e, até onde ela sabia, Sydney estava bem. Estava segura em casa, sob seu teto, indo à escola. Peyton, por sua vez, estava totalmente fora do alcance e do controle dos pais, então eles focavam as energias nele. Isso não quer dizer que estejam certos. Mas também não acho que seja algo incomum. Você se envolve tanto com os filhos desde que eles nascem porque é sua função garantir que eles se saiam bem e se tornem boas pessoas. Se você sente que falhou nessa missão, é compreensível tentar recorrer a tudo que estiver ao seu alcance para consertar as coisas.

5. (A pergunta abaixo contém um spoiler sobre o livro, selecione o texto para lê-la.)

Em Os bons segredos, Sydney vive uma situação de abuso que só é realmente encarada por seus pais num momento crítico, devido à dificuldade em acreditar que alguém próximo à família poderia representar um risco para a própria filha. Isso é bastante delicado e sério. Você acredita que abordar esse assunto em seus livros pode ajudar meninas que estão passando por situações semelhantes a constatar o abuso e buscar ajuda? - Caroline Dias (Open Page)

Isso é, com certeza, o que eu espero. Eu passei por uma situação parecida durante o ensino médio. Me envolvi com um cara mais velho que eu conhecia e, com o tempo, percebi que ele queria ser mais que meu amigo. Era bom receber atenção de alguém que eu considerava adulto; ser levada a sério de um jeito que meus pais não levavam. Mas quando fiquei incomodada com a direção que as coisas estavam tomando, não tinha ferramentas ou maturidade para lidar com aquilo sozinha. Realmente espero que, quando os leitores terminarem Os bons segredos, eles entendam que alguém te deixar desconfortável é o suficiente. Não é necessário que algo ruim aconteça para justificar que você se afaste ou fale com seus pais ou responsáveis sobre o assunto. É o que eu queria ter ouvido quando estava nessa situação. Sou grata por poder passar essa mensagem através do livro!

6. Em seus livros noto sempre um toque de esperança: por mais que existam dramas, o leitor não espera pelo pior e sim por algo bom no final. A sua intenção é encorajar o jovem na busca pelo seu próprio final feliz? - Cida Oliveira (Moonlight Books)

No sentido prático e realista, eu sei que finais felizes nem sempre são possíveis. Coisas ruins acontecem e às vezes não conseguimos evitá-las. Mas nos meus livros tenho controle sobre o que acontece e gosto, sim, de deixar tudo resolvido da melhor forma possível. Como leitora, não gosto de passar horas lendo um livro para no fim ficar totalmente arrasada. Preciso de um pouco de esperança a que me apegar, tanto como leitora quanto como escritora. E, pela minha experiência, devo dizer que as coisas dão mesmo certo. Nem sempre acontecem exatamente do jeito que queríamos ou esperávamos, mas a gente sempre acaba chegando onde deve estar, de uma forma ou de outra. É o que espero para meus personagens e para mim.

7. Quando eu terminei de ler Os bons segredos, passei literalmente uns vinte minutos encarando a minha pilha de livros a ler com o único objetivo de resistir à tentação de voltar para a primeira página e começar tudo de novo. E isso porque eu só fiquei uma semana com os personagens. Imagino que, para uma autora que passa meses criando cada página e cada personagem, deve ser complicado se despedir. Qual é o seu processo para dar adeus a personagens tão carismáticos quanto os Chatham? Existe um processo ou para cada livro há uma despedida diferente? Você já se pegou pensando nos personagens depois de concluir um livro? - Talita Monteiro (Viciados em Leitura)

Ah, essa é uma pergunta tão legal! Obrigada! Eu realmente sinto falta dos personagens quando termino um livro. Passo meses diariamente com eles, ou até anos, com as revisões e tudo mais. Eles são reais para mim! Mas, ao mesmo tempo, sempre tento deixar meus personagens onde sei que vão ficar bem. Só assim posso partir para a próxima história. Não sou o tipo de autora que escreve séries, então não posso revisitar meus personagens em outros livros. É por isso que comecei a inserir pequenas aparições de personagens antigos em livros novos. É uma forma de mostrar aos leitores que todos ainda estão bem, felizes, que os casais estão juntos (pelo menos na minha cabeça). Se fiz meu trabalho direito, fico tranquila de partir para o próximo livro, porque sei que dei o meu melhor com o anterior. É como estou agora com Os bons segredos. É hora de começar outra história. Só que ainda não estou pronta!

8. Você dedicou Os bons segredos para as garotas invisíveis. Que conselho você daria a elas? - Kleris Ribeiro (Dear Book)

Eu diria que é muito provável que vocês não sejam tão invisíveis quanto pensam. Só porque algumas pessoas não estão te vendo não significa que ninguém está. E o que é mais importante, de verdade, é enxergar a si mesma com clareza. Todo mundo se sente meio ignorado às vezes: eu ainda me sinto, mesmo na casa dos quarenta. Não dá para todo mundo ser extrovertido! Mas só você vai saber como deixar sua marca. E você vai deixar.

 

O próximo livro de Sarah Dessen publicado pela Seguinte será This Lullaby, sobre uma garota que está vendo a mãe planejar seu quinto casamento e não acredita em relacionamentos duradouros. O lançamento está previsto para o meio deste ano.

25 de janeiro de 2016

Lançamentos: Seguinte, Companhia das Letras e Alfaguara

Esse mês temos vários lançamentos legais pelas editoras Seguinte, Companhia das Letras e Alfaguara! Para comemorar os 30 anos da Companhias das Letras, a cada mês a editora relançará um livro de autores que fizeram parte da históriada editora. Para saber mais sobre cada livro, é só clicar na capa. Vamos ver?

EDITORA SEGUINTE


Coroa cruel (Victoria Aveyard): Duas mulheres – uma vermelha e uma prateada – contam sua história e revelam seus segredos. Em “Canção da rainha”, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal – tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte. Já em “Cicatrizes de aço”, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta – e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho. O livro traz, ainda, um mapa de Norta e um trecho exclusivo de "Espada de vidro", o segundo volume da série A Rainha Vermelha.


A sereia (Kiera Cass): Uma menina misteriosa. O garoto de seus sonhos. A Água entre eles. Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, vai precisar usar sua voz para atrair pessoas até o mar e afogá-las. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo com que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, a sereia será obrigada a abandoná-lo para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, Kahlen está determinada a seguir seu coração.

COMPANHIA DAS LETRAS


Uma história de solidão (John Boyne): Autor de O menino do pijama listrado, John Boyne aborda com muita delicadeza o tema dos abusos sexuais na Igreja católica. Primogênito de um lar disfuncional na Irlanda, o inocente Odran Yates vai estudar em um colégio que prepara garotos para a vida eclesiástica. Ao relatar sua jornada, da ingenuidade dos primeiros anos de colégio à descoberta dos segredos mais bem guardados da Igreja, Odran descreve uma Irlanda cheia de contradições e ódio por trás de uma fachada de bons costumes. Enquanto lida com as implicações de seu trabalho e o sofrimento das pessoas que ama, o padre Odran se convence de que era inocente demais para entender o que acontecia ao seu redor e tenta fazer um acerto de contas com a própria consciência. Ao narrar a história desses dois personagens, John Boyne traça o panorama de uma sociedade sufocada pelos ditames do catolicismo e do regime doutrinário das escolas, desvelando com muita habilidade o segredo mais bem guardado da Igreja.

Capitães da Areia (Jorge Amado): Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.

As Relações Perigosas (Choderlos de Laclos): Durante alguns meses, um grupo peculiar da nobreza francesa troca cartas secretamente. No centro da intriga está o libertino visconde de Valmont, que tenta conquistar a presidenta de Tourvel, e a dissimulada marquesa de Merteuil, suposta confidente da jovem Cécile, a quem ela tenta convencer a se entregar a outro homem antes de se casar. Lançado com grande sucesso na época, As relações perigosas teve vinte edições esgotadas apenas no primeiro ano de sua publicação. O livro ficou ainda mais popular depois de várias adaptações para o cinema, protagonizadas por estrelas hollywoodianas como Jeanne Moreau, Glenn Close e John Malkovich. E também boa parte do sucesso do romance deve-se ao fato de a história explorar com muita inteligência os caminhos obscuros do desejo. Esta edição, com tradução de Dorothée de Bruchard, traz uma introdução da editora inglesa Helen Constantine.

EDITORA ALFAGUARA

Outros cantos (Maria Valéria Rezende): Novo livro da vencedora do Prêmio Jabuti 2015 de melhor romance traz uma narrativa comovente sobre passado e futuro. Numa travessia de ônibus pela noite, Maria, uma mulher que dedicou a vida à educação de base, entrelaça passado e presente para recompor uma longa jornada que nem mesmo a distância do tempo pode romper. Em uma escrita fluida, conhecemos personagens cativantes de diversos lugares do mundo e memórias que desfiam uma série de impossíveis amores, dos quais Maria guarda lembranças escondidas numa “caixinha dos patuás posta em sossego lá no fundo do baú”. Com sutileza e domínio da narrativa, Maria Valéria Rezende vai compondo um retrato emocionante dessa mulher determinada, que sacrifica a própria vida em troca de algo maior. Outros cantos é um romance magistral, sobre as viagens movidas a sonhos.

23 de janeiro de 2016

Nova Ordem

Nome: Nova Ordem
Autor: Chris Weitz
Editora: Seguinte
Páginas: 266

Tem spoilers de Mundo Novo. Leia a resenha!


O Ocorrido devastou o mundo. A Doença acabou com o que hoje são os Estados Unidos, exterminando todas as crianças e adultos da América. Os adolescentes que restaram se reuniram em tribos - e um de nossos protagonistas, Jefferson, é o generalíssimo da tribo de Washigton Square.

Em "Novo Mundo", ele e mais alguns garotos da tribo - como Donna, por quem o generalíssimo se apaixonou -, decidiram ir em busca da Cura, para que os adolescentes possam sobreviver e continuar a vida como adultos. Depois de alguns obstáculos, eles a encontram - e, em pouco tempo, são surpreendidos por helicópteros da marinha norte-americana e descobrem que o mundo não acabou: existe um mundo civilizado pós-Ocorrido!

Os militares deixam os adolescentes em confinamento, tentando extrair informações que possam ser interessantes sobre o cenário de Nova York, mas deixam escapar que planejam retomar a cidade após a morte dos outros sobreviventes. Assim, os adolescentes se unem à Resistência, que pretende ajuda-los a levar a Cura para os outros adolescentes. 

Durante a fuga, porém, Donna é deixada para trás. Assim, enquanto Jefferson, juntamente com a Resistência, pretende levar a Cura para os adolescentes de Nova York e estabelecer uma nova forma de governo, Donna é levada para a Inglaterra, onde recebe uma bolsa de estudos em Cambridge em troca de informações que possam interessar a monarquia britânica.

O que os dois não imaginam é que são apenas peões em uma jogada muito maior - que pode deixar a civilização pós-Ocorrido ainda mais rígida e perigosa. Será que eles vão descobrir a tempo e virar o jogo?


Eu já tinha gostado bastante do primeiro livro da série, e também fiquei bem satisfeita com o segundo. Chris Weitz, que trabalha com televisão, sabe bem como deixar nossa imaginação rolar solta e criar ótimos cenários para nós viajarmos. 

Assim como o primeiro, esse livro também é alternado entre as visões de Donna e Jefferson, mas, de novidade, também temos a capítulos narrados por outros personagens, como Kath, Crânio e Peter. Isso aumenta ainda mais a visão que temos do que está ocorrendo no livro - ainda mais porque alguns dos personagens estão em cenários bem diferentes.

Gostei bastante de ver como o mundo evoluiu nos anos pós-Ocorrido, e saber como que o resto do mundo conseguiu sobreviver à Doença, que atacava todos os adultos e crianças. Gostei de ver como Jefferson é determinado e, mesmo sabendo que será difícil, está disposto a deixar o mundo melhor. E, mais uma vez, Chris Weitz sabe exatamente o que fazer para nos deixar ainda mais curiosos quanto ao que vai acontecer no próximo volume! Vale a pena rever os personagens e conhecer esse novo mundo!

20 de janeiro de 2016

Jonathan Strange & Mr. Norrell

Nome: Jonathan Strange e Mr. Norrell
Autora: Susanna Clarke
Editora: Seguinte
Páginas: 824


Inglaterra, 1806. Os magos são considerados sábios no país. Porém, tudo o que faziam era estudar sobre magia: há muito tempo não a praticavam. É então que encontram Mr. Norrell, um homem mais velho, ranzinza e conservador, que revela a capacidade de praticar a magia. 

Com essa habilidade, Norrell se torna influente. Após ser descoberto, sai de sua reclusão e decide ir para Londres com o objetivo de se consolidar como o único mago da Inglaterra e controlar todo o conhecimento mágico do país. Enquanto isso, ajuda o governo britânico a combater Napoleão Bonaparte na guerra que o país trava contra a França.

Jonathan Strange aparece em cena ao descobrir que também possui talento para a magia e, assim, se torna discípulo de Norrell. Strange é carismático e energético e sua personalidade bate de frente com a de Mr. Norrell. Em pouco tempo, começam a se desentender, podendo colocar em risco seu país.

John Uskglass, que não aparece no título, também tem importância para a história - ganhando uma parte do livro dedicada para si. Ele é o precursor da magia na Inglaterra, e conhecido como Rei Corvo. A maior parte dos estudiosos de magia o admira - e com Strange não é diferente. Norrell, porém, despreza o Rei Corvo, de modo que é claro uma das desavenças entre eles.


Ao pegar o livro em mãos e iniciar a leitura, já temos bons incentivos para aumentar as expectativas: na capa, já descobrimos que o livro foi transformado em série pela BBC. Além disso, logo na introdução, Neil Gaiman, renomado autor britânico, tenta colocar em palavras o tanto que apreciou o livro e como Susanna Clarke se tornou, em pouco tempo, uma de suas autoras preferidas.

A autora se inspirou em grandes nomes da literatura inglesa, como Tolkien, Jane Austen, Charles Dickens e Anne Radcliffe, pegando um pouco de cada um deles. O trabalho de 10 anos foi recompensado com o Hugo Award, um dos maiores prêmios do gênero fantástico!


O livro é, na verdade, uma trilogia - o bloco de mais de 800 páginas é separado em 3 partes: uma dedicada à Mr. Norrell, outra à Jonathan Strange e, por fim, uma dedicada à John Uskglass. A escrita de Susanna Clarke é bem gostosa, e me lembrou a de Tolkien, já que ela também conversa com o leitor. Gostei muito do fato da autora mesclar no enredo do livro a magia com os fatos ocorridos e conhecidos na nossa história - como a guerra do Reino Unido contra a França de Napoleão.

Outra coisa que achei bem interessante foram as notas de rodapé - quando o personagem comenta algo de que os leitores não estão inteirados, aparece uma nota de rodapé explicando exatamente o que aconteceu. Isso, apesar de deixar o universo criado por Clarke ainda mais interessante, ao mesmo tempo deixa a leitura cansativa - algumas notas de rodapé são tão compridas que temos que virar a página e depois retornar para continuar a leitura.

De qualquer modo, mesmo sendo um pouco cansativa de vez em quando, a escrita de Clarke sempre nos leva de volta à esse mundo cheio de magia e mistério. Não é a toa que o livro é tão bem recomendado por Gaiman e se tornou uma série! Para aqueles que apreciam uma boa fantasia, vale a pena ler!

17 de janeiro de 2016

Budapeste: Peste

Budapeste é uma cidade maravilhosa. Inspirada pelo livro "Budapeste", resolvi fazer dois posts com alguns dos pontos turísticos que eu mais gostei da cidade! É claro que Budapeste tem muito mais - e tenho certeza que muitos dos que visitam a cidade saem com aquele gostinho de 'quero voltar logo para ver mais'!

A capital húngara é cortada ao meio pelo maravilhoso Rio Danúbio. De um lado do rio fica Buda e do outro fica Peste - que nem sempre foram a mesma cidade! Por causa disso, resolvi dividir o post em dois.

Peste

Parque Szobor

O parque Szobor é incrível. Dá para passar um bom tempo passeando pelo parque e encontrar muitas coisas interessantes. O parque fica logo no final da Avenida Andrássy, uma das mais famosas de Budapeste. Na entrada do parque, temos a praça dos heróis, que reúne 12 estátuas de pessoas que foram importantes para o país, mais dos 7 antigos líderes tribais que se uniram para funda-lo. 

O parque também tem várias outras esculturas, como a estátua do escritor anônimo, que apareceu no filme "Budapeste", baseado no livro de Chico Buarque.



Mas, sinceramente, o que mais me interessou no parque foram as Termas Szechenyi, que são uma delícia! O local tem piscinas com água quente, em temperaturas que variam de 28ºC a 38ºC. Eu fui para Budapeste no final do outono, e as temperaturas variavam entre -2ºC e 10ºC, então foi uma delícia entrar numa piscina quente assim!

Budapeste tem várias termas, mas acho que as termas Szachenyi são as mais interessantes por ter uma grande piscina externa! No inverno, a piscina fica envolta em vapor - e você fica quentinha mesmo estando frio do lado de fora. No verão, as termas dão festas toda semana - e não tenho dúvidas que deve ser bem divertido ir para uma festa naquelas termas!


Fotos tiradas do site oficial das termas.

Parlamento

O Parlamento é um dos prédios mais bonitos de Budapeste - e olha que a cidade está cheia de prédios maravilhosos! É possível agendar um tour para conhecer o local por dentro, desde que seja agendado com antecedência e pagar uma taxa de 500 florintes (quando eu fui, isso equivalia a 5 reais).

Parlamento visto do bastião dos pescadores


Mercado Central

Para aqueles que adoram apreciar a gastronomia local, o Mercado Central de Budapeste é o lugar certo. Próximo à uma das pontes que atravessa o Danúbio, o mercado também é de fácil acesso para quem está em Buda. Eu experimentei o lángos, um prato tradicional da Hungria que parece uma pizza, mas feito com um tipo diferente de pão na massa. Outro prato que também vale a pena é o goulash, bem tradicional do país.

Fotos de Johnny Jet

Igreja de São Estevão

A igreja de São Estevão é bem bonita e homenageia Estevão, que foi posteriormente canonizado, e fundou o país. Uma curiosidade estranha: a mão de Estevão está conservada dentro da igreja! Por um valor baixo (se não me engano 200 florintes), você pode subir na igreja e apreciar a vista, que é maravilhosa!


Uma dica: apesar de fazer parte da União Européia, a Hungria ainda não faz parte da Zona do Euro e utiliza o florim como moeda. Vale a pena viajar por lá, pois o florim é mais barato que o euro e isso faz com que a Hungria seja um dos países mais baratos da Europa!

14 de janeiro de 2016

Budapeste: Buda

Budapeste é uma cidade maravilhosa. Inspirada pelo livro "Budapeste", resolvi fazer dois posts com alguns dos pontos turísticos que eu mais gostei da cidade! É claro que Budapeste tem muito mais - e tenho certeza que muitos dos que visitam a cidade saem com aquele gostinho de 'quero voltar logo para ver mais'!

A capital húngara é cortada ao meio pelo maravilhoso Rio Danúbio. De um lado do rio fica Buda e do outro fica Peste - que nem sempre foram a mesma cidade! Por causa disso, resolvi dividir o post em dois.

Buda

A parte de Buda é, ao meu ver, mais histórica e turística que Peste. Em um dia, dá para visitar os principais pontos deste lado do Danúbio a pé - você só precisa estar disposto a subir até esses pontos! Como os principais pontos turísticos são no alto, a vista de lá é maravilhosa - e você não pode perder!

Castelo de Buda

Infelizmente, eu fui no castelo de Buda em uma segunda-feira, dia em que o local está fechado para visitação. Porém, mesmo passeando pelo lado de fora, consegui ver a beleza do castelo e deu para imaginar como seria a vida lá dentro.

Também peguei, por acaso, a troca da guarda, que acontece bem na frente do castelo. É bem menor do que a famosa troca britânica, mas sem dúvidas vale a pena assistir!

Outra coisa que eu achei legal - e confesso que não sei se costuma ter na frente do castelo - foi a possibilidade de 'aprender' o arco e flecha: por apenas 2 euros, podíamos tentar acertar 5 vezes a flecha no alvo (eu acertei, não sei como, 4 delas, mas não chegou nem perto do centro haha).




Bastião dos Pescadores

O bastião dos pescadores é maravilhoso não apenas por sua arquitetura, mas também pela sua vista. A construção fica na colina de Buda e envolve a Igreja de São Matias. A subida é difícil (principalmente se você for a pé), mas a vista vale a pena!



Igreja de São Matias

Ao lado do bastião está a Igreja de São Matias. Na época em que eu fui, a igreja estava em reforma e, por isso, não tive a oportunidade de entrar. Porém, o lado de fora já é maravilhoso - principalmente o telhado, que é colorido.


Ponte das Correntes

Para falar a verdade, a Ponte das Correntes (Chain Bridge) não fica em Buda, mas é a ponte mais famosa que liga o lado de Buda ao lado de Peste. A ponte é bem bonita, e ao atravessa-la, é possível ver o castelo e os principais pontos de Buda. A noite a ponte é iluminada, e fica bem bonita. 





Uma dica: apesar de fazer parte da União Européia, a Hungria ainda não faz parte da Zona do Euro e utiliza o florim como moeda. Vale a pena viajar por lá, pois o florim é mais barato que o euro e isso faz com que a Hungria seja um dos países mais baratos da Europa!

11 de janeiro de 2016

Lançamentos de janeiro: Sextante e Arqueiro

Oi, gente!

Hoje venho trazer os lançamentos de janeiro das editoras Arqueiro e Sextante! E, posso dizer que eles começaram o ano com o pé direito - só livros bons!

Pela sextante, temos mais um livro de colorir: "Paraíso Tropical", da talentosa Millie Marotta. Gustavo Cerbasi também lançará mais um livro para te ajudar com as suas finanças: "Dinheiro: os segredos de quem tem". Para quem quer começar o quiser começar o ano cumprindo aquela promessa de emagrecer, "A Melhor dieta para você", de Caroline Jones, é uma ótima opção, assim como "Sucos Verdes", de Fern Green, com receitas deliciosa para preparar! E, para quem quer fazer a sua própria sorte, será lançada nova edição de "A Boa Sorte", de Álex Rovira Celma e Fernando Trías de Bes. E, para os fãs de Paulo Coelho, temos a edição especial de "O Alquimista", que tenho certeza que vai conquistar ainda mais fãs!

Por outro lado, pela Arqueiro, será lançado o novo livro da Gayle Forman, "O que há de Estranho em Mim", que conta a história de cinco garotas presas em um centro de tratamento residencial - que parece ser ótimo! Também temos o 7º volume de 'Os Bridgertons', "Um Beijo Inesquecível", mais um romance de época de Julia Quinn. E, para os fãs de romance hot, "Mais uma chance", de Abbi Glines, com certeza é uam ótima escolha, assim como "Eternamente você", de Sophia Jackson! Outra opção muito legal é "Enquanto Bela Dormia", de Elizabeth Blackwell, uma reconstrução de A Bela Adormecida! E, para os fãs de Nicholas Sparks, será lançada uma nova edição de "A Escolha", com capa do filme!

Para saber mais sobre cada livro, é só clicar na capa!

                                       Espero que tenham gostado dos lançamentos!

9 de janeiro de 2016

Budapeste

Nome: Budapeste
Autor: Chico Buarque
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 176


Em 2014, fui para Budapeste. Me encantei pela cidade e logo fiquei com vontade de ler o livro de mesmo nome, de Chico Buarque. Demorei, mas logo nas primeiras páginas me identifiquei com o protagonista. Assim como José Costa, sempre levo um souvenir volátil de cada lugar que eu visito: uma frase, uma palavra, que logo cai no esquecimento. Assim como ele, também nunca sonhei em aprender húngaro, mas confesso que a curiosidade sobre o idioma me acompanhou durante a viagem e, de novo como ele, não consegui identificar onde cada palavra começa e até onde ia. Realmente, dá para entender o motivo de húngaro ser a única língua do mundo que o diabo respeita. 

O livro conta a história de José Costa, um escritor anônimo. Ele é explorado por seu sócio Álvaro, que abusa de seu talento, e escreve artigos, discursos e livros para todo tipo de gente: de um anônimo querendo escrever uma autobiografia, passando pelo presidente de uma grande associação e até um ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele sente um orgulho interior de escrever todos esses textos, mas nunca teve vontade de se tornar conhecido ou receber os devidos créditos pelo seu trabalho. Ele também é casado com Wanda, com quem um filho - que, pela narrativa, nunca se apegou muito. 

Por acaso, após uma crise de criatividade depois de uma de suas autobiografias se tornar um best seller, José vai parar em Budapeste, guiado por sua curiosidade quanto à língua. Lá, conhece Kriska, uma nativa que está disposta a ensinar os segredos desse idioma tão complexo. Como tempo, vai pegando as peculiaridades da língua e esquecendo da vida no Brasil.


Eu gostei muito do livro. Uma coisa que achei interessante foi ver o modo como Costa levava duas vidas - a sua fama oculta, sua vida no Rio de Janeiro e a outra em Budapeste. Também gostei de como podemos interpretar o livro como a autobiografia do próprio Zsoze Kósta (inclusive, o nome dele está no verso do livro, como se ele tivesse o escrito, e não Chico Buarque).

A escrita de Chico Buarque me surpreendeu. Eu já devia imaginar que escrevia bem - afinal, sou fã de suas músicas -, mas adentrei no livro e na linguagem dele de modo que não esperava. Todos os parágrafos são compridos - e aquele que estiver lendo de modo desatento pode se perder no meio deles -, mas a leitura é gostosa e rápida, de modo que em pouco tempo já nos sentimos envolvidos na trama.