23 de setembro de 2018

Graça e Fúria

Nome: Graça e Fúria
Autora: Tracy Banghart
Editora: Seguinte
Páginas: 304


Serina Tessado treinou a vida toda para ser uma Graça. As Graças são as mulheres que fazem parte do 'harém' do Superior, o Rei de Viridia. A cada três anos, três mulheres são escolhidas. Elas são verdadeiramente graciosas, as mais bonitas do Reino. Mas também são o maior exemplo de submissão. 

Para Serina, ser uma Graça é a única forma de melhorar sua vida e a vida de seus familiares. Especialmente a vida de Nomi, sua irmã, que adora se rebelar - em Viridia, as mulheres não têm direitos, e ela não consegue se conformar com isso. Uma das maiores formas de rebeldia foi aprender a ler - Nomi conseguiu convencer seu irmão gêmeo de lhe ensinar. E sabe-se lá o que poderia acontecer caso alguém descobrisse esse segredo.

Durante a seleção, Nomi, rebelde da forma que é, desafia o Herdeiro e, ainda, rouba um livro de sua biblioteca.  E é então que a vida das duas vira de cabeça para baixo: o Herdeiro escolhe Nomi para ser sua Graça; e Serina é pega com o livro roubado em mãos, sendo condenada por ter aprendido a ler.

Assim, as irmãs que sempre foram unidas acabam se separando. Nomi, com um destino atrelado à submissão dentro do castelo; e Serina sendo enviada para Monte Ruína, a ilha que serve de prisão feminina do Reino.


O livro é intercalado entre capítulos narrados por Serina e capítulos narrados por Nomi. Ao mesmo tempo que gostei muito do livro, senti que, principalmente na parte narrada por Nomi, estava vendo somente 'mais do mesmo'.

Isso porque assim que Nomi se aproximou de Asa, o irmão do Herdeiro, já me veio na cabeça o enredo de "A Rainha Vermelha"; além disso, o fato de existir um harém me lembrou "A Traidora do Trono"; e também me lembrei de "A Seleção" pelo simples fato de várias mulheres irem até o palácio para serem escolhidas como Graças. 

A originalidade do livro, na minha opinião, veio principalmente pela narrativa de Serina - essa sim completamente diferente dos outros do mesmo gênero. Quando comecei a ler, não tinha gostado muito dela, já que era uma personagem muito 'conformada' e não estava realmente atenta ao seu redor. Porém, quando é enviada para a prisão, vi um crescimento enorme nela - principalmente na sua forma de enxergar o mundo. 

Além disso, a vida no Monte Ruína não é nada fácil - me veio na cabeça várias mulheres como a Charlize Theron, no último filme de Mad Max, mas em um cenário que lembra Jogos Vorazes... E mesmo tendo essas referências, essa parte da narrativa é completamente diferente!

Já Nomi é aquela personagem questionadora desde o início. Não vi muito crescimento nela como pessoa, mas não acho que precisava. Ela sabe exatamente como transformar algo que deveria ser ruim em algo bom, por mais difícil que possa ser.

No todo, ainda que com as semelhanças, acho que vale a pena a leitura - e eu sei que eu fiquei curiosa para saber o que vai acontecer depois de todos os acontecimentos dos últimos capítulos!