28 de dezembro de 2016

Juntando os Pedaços

Nome: Juntando os Pedaços
Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Páginas: 392



Libby Sprout passou anos trancada dentro de sua própria casa. Depois que sua mãe faleceu, de modo inesperado, ela desenvolveu a síndrome do pânico e obsessão por comida, engordando de tal forma que teve que ser resgatada da sua própria casa. Depois de anos recebendo educação caseira, ela finalmente volta para a escola.

Jack Masselin tem prosopagnosia, uma doença que não permite com que ele reconheça o rosto das pessoas - nem aquelas que mais ama. Ele enxerga o rosto, mas não consegue juntar as peças. Assim, ele tem regras para ter uma boa convivência com as pessoas, que nem sempre o colocam em uma situação agradável.

Uma dessas situações foi a sua participação no "rodeio das gordas", em que seus amigos o desafiam a abraçar - ou melhor, agarrar - a menina mais gorda da escola. Ele se sente muito mal em fazer isso, mas faz de qualquer maneira. Para pedir desculpas, ele decide explicar a situação - e conta, pela primeira vez, sobre a prosopagnosia para alguém.


Quando peguei o livro para ler, já imaginava que ia gostar. Como a própria Jennifer Niven comentou, no Encontro de Blogueiros da Bienal, é uma livro sobre "ver e ser visto".

Libby é uma das personagens mais seguras de si que eu conheci. É claro que ela é abalada pelo modo que os outros a veem - poucos realmente enxergam a garota incrível que está por baixo da gordura. Mesmo assim, o modo que ela vê o mundo é único, sempre procurando o lado bom das coisas e se auto afirmar em um mundo que é tão cruel com ela.

Jack também tem um modo único de ver o mundo, já que não enxerga o rosto das pessoas. Ele cria em torno de si uma forma de proteção, para que ninguém o veja como uma pessoa doente. E isso afeta o modo como ele age. Como ele mesmo diz: ele não é um babaca, mas por vezes age como um para a própria proteção.

A interação entre eles é improvável, mas faz todo o sentido. Jack encontrou alguém que consegue ver além de seus defeitos e entende, de certa forma, o que ele está passando. E ela conseguiu ser vista da maneira que realmente é.

A leitura é super gostosa, com uma linguagem fácil de ler. Os capítulos são intercalados entre a narrativa de Libby e de Jack, mostrando o que cada um deles está pensando - bem no estilo "Por Lugares Incríveis", outro livro da autora. Vale muito a pena a leitura!