7 de julho de 2010

Liberdade a todos?


Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a liberdade deve existir de maneira igual para todos. Mas, na prática, ela apresenta diferentes graus de acordo com a situação de quem a possui.

A desigualdade econômica é um dos fatores que diferenciam esses graus de liberdade. Aqueles que têm mais dinheiro conseguem fazer mais coisas, como escolher uma carreira mais alternativa, viajar pra mais lugares, e, ainda, têm maior influência sobre os outros. Quando alguém mais influente e com mais dinheiro comete um crime, por exemplo, tem melhores condições para pagar advogados bons e, portanto, maior chance de ser absolvido – de continuar livre.

O status social é outro diferenciador. A fama, por exemplo, faz com que o famoso perca a liberdade de uma vida com privacidade, mas, ao mesmo tempo, ganhe privilégios entre as pessoas da população.

Os políticos também recebem maior liberdade. Uma prova disso é a imunidade parlamentar, que até 2001 só permitia o processo de deputados e senadores caso o congresso autorizasse e, hoje, dá imunidade ao expressar suas opiniões e seus votos; e o foro privilegiado, que concede aos políticos um julgamento separado dos outros cidadãos.

Portanto, apesar de a Constituição brasileira garantir o direito à liberdade a todos na mesma intensidade, isso não é possível na prática. Por maior que seja o esforço pela igualdade na liberdade de todos, sempre haverá pequenos diferenciais.