15 de junho de 2018

A Faca Sutil

Nome: A Faca Sutil
Autor: Philip Pullman
Editora: Suma de Letras
Páginas: 288

Foto: Confraria Cultural
Pode conter spoilers do primeiro livro

Após o final bombástico de A Bússola de Ouro, ficamos sedentos em saber o que acontece com Lyra, que atravessou um portal para outro mundo aberto por Lorde Asriel, mas esse segundo livro segue um rumo diferente do esperado.

Começamos conhecendo Will, um garoto de outro mundo, que tem sido perseguido por alguns homens que procuram por seu pai, desaparecido há anos. Quando decide fugir, Will acaba encontrando uma janela para outro mundo, um mundo quase dominado por crianças, pois nele há seres chamados de Espectros que atacam adultos. Lá, ele acaba conhecendo Lyra. De alguma forma, o destino dos dois estão cruzados e os dois possuem papéis importantes no que virá acontecer a seguir.

Não vou entrar muito na história, pois ela tem muitas vertentes e seria complicado resumir, mas adianto que fiquei ligeiramente decepcionado com essa continuação. Desde o primeiro livro, notei que a narrativa é mais densa, não é uma história fluída que dá pra ler em dois dias, sabe? Mas em A Faca Sutil, senti isso muito mais. Levei o triplo de tempo para ler do que levei lendo o primeiro, e esse é menor!

Eu acho que a história se perde bastante. O que mais me interessava nesse universo era o mundo de Lyra, mas ele é praticamente esquecido diante dos outros mundos e toda essa ideia de fendas. A própria Lyra fica em segundo plano nessa história, o que não me agradou muito. A história, quando vista apenas por esse livro, é super bem bolada e criativa, mas quando se compara com o livro anterior não se sente a mesma coisa.

Não sei se estou gostando do rumo que o enredo está tomando, para ser sincero. O cunho religioso que a história apresentava se mostra muito mais presente, e o que achei que fosse apenas uma crítica subliminar se tornou um ponto crucial na história... Os objetivos de Lorde Asriel não são nada do que era de se esperar, chegam a serem ambiciosos demais. Além disso, a guerra que vem prometendo acontecer desde o primeiro livro se mostra ainda mais próxima nesse, mas também não era nada do que eu esperava.

Num geral, não é um livro ruim. A trama é criativa e traz diversas coisas importantes para o desenvolvimento da trilogia, mas em comparação ao primeiro e às expectativas criadas ele deixa a desejar. Eu amo a história de Lyra e não gostei muito de como o livro se afastou disso. Espero que o desfecho seja melhor.


3,5/ 5