22 de julho de 2010

Solidariedade dividida


A solidariedade é um dos princípios básicos previsto em documentos como a bíblia cristã e, até, na Constituição brasileira. Mas, será que na prática é exatamente como o proposto?

Ao longo da história humana, a solidariedade sempre esteve presente. Durante a Revolução Francesa, um dos princípios propostos foi a fraternidade, ou seja, tratar a todos como se fossem irmão, ser solidário a todos. Apesar dessa proposta, a França dos dias de hoje é conhecida como um país que luta fortemente contra a imigração – é contrário, assumidamente, a ser solidário a outros povos – um bom exemplo disso ocorreu nas últimas eleições lá ocorridas: LePenn, político ultraconservador, criticou uma candidata à presidência pelo simples fato de ela ser mulher e africana, de ser uma imigrante em seu país. Outro exemplo dessa contradição ocorre nos princípios cristãos. Enquanto promete ajudar a todos, independente de quem seja, a Igreja Católica foi a principal responsável pelas Cruzadas, uma guerra ‘santa’ contra os muçulmanos – ou seja, não respeitava aqueles que tinham diferentes crenças e, consequentemente, não era solidário a eles.

Como é possível perceber, a solidariedade existe, mas nem sempre como é proposta na teoria. Se a ajuda deve existir apenas pelo fato do outro ser da mesma espécie, o ser humano criou especificações. A pessoa só é solidária quando não se prejudicada com isso. Praticamente ninguém, por exemplo, daria abrigo a Osama Bin Laden, o terrorista mais procurado pelos EUA – e consequentemente pelo mundo – pois, caso fosse descoberto, seria gravemente prejudicado.

Por isso, existem os diferentes graus de solidariedade. Ela é dividida em diferentes níveis, dependendo da situação, os custos e os efeitos de sua ação. Ao praticar a solidariedade, a pessoa mede os riscos – por exemplo, se emprestar muito dinheiro pode correr o risco de não recebê-lo de volta - e os benefícios – com a adoção, com certeza a vida de uma criança será melhor, ela terá mais oportunidades. E, depois, conclui se vale a pena ou não.