20 de junho de 2009

Bauhaus


"A arquitetura é a meta de toda a atividade criadora. Completá-la e embelezá-la foi, antigamente, a principal tarefa das artes plásticas... Não há diferença fundamental entre o artesão e o artista... Mas todo artista deve necessariamente possuir competência técnica. Aí reside sua verdadeira fonte de inspiração criadora...
Formaremos uma escola sem separação de gêneros que criam barreiras entre o artesão e o artista. Conceberemos uma arquitetura nova, a arquitetura do futuro, em que a pintura, a escultura e a arquitetura formarão um só conjunto."
Primeiro manifesto da Bauhaus, redigido em 1919 por Walter Gropius

O assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, em Saravejo no ano de 1914, foi o estopim para que ocorresse a Primeira Guerra Mundial. A guerra, causada por pretensões imperialistas, teve duração de 1914 até 1918 e espalhou-se pela Europa inteira levando à formação de alianças com o objetivo de cada país se defender.

Com a derrota da Tríplice Aliança, composta pelo Império Austro-Húngaro (que se desmanchou, tornando-se vários países), Itália (que trocou de lado) e Alemanha, esta foi obrigada, em 1919, a assinar o Tratado de Versalhes que impunha fortes restrições e punições; dentre algumas a Alemanha seria desmilitarizada para sempre, além de perder territórios como, por exemplo, o corredor polonês e a Alsácia Lorena.


Em novembro do mesmo ano, é anunciada a abdicação do Kaiser Guilherme II, da Alemanha, que foge para a Holanda. Um conselho provisório assume o poder e em poucos dias é convocada uma assembléia constituinte, na qual ficou decidido que a nova diretriz do país seria a República de Weimar.


A república de Weimar e a efervescência cultural

A república de Weimar foi a política instaurada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial. Durou de 1919 até 1933, acabando quando Adolf Hitler assume o cargo de Chanceler da Alemanha. A república de Weimar consistia numa república parlamentar e democrática. Apesar de sofrer as conseqüências econômicas da Primeira Guerra Mundial, do Tratado de Versalhes (que humilhou os alemães) e, ainda, com a crise de 29, a república de Weimar presenciou um período de grande efervescência cultural.


Durante a década de 20, período no qual a república de Weimar governava a Alemanha, houve grande mudança do ambiente cultural europeu. Isso devido aos novos meios de comunicação e as novas tecnologias, como o rádio, o disco a fotografia e o cinema. Com isso, a cultura atinge um maior público. Por causa da democratização da cultura, há uma grande fertilidade das produções artísticas, não havendo um único movimento artístico e tendo como uma das características a cultura de entretenimento.
Mesmo com a grande instabilidade econômica, social e política da república de Weimar, houve um crescimento da intelectualidade. Os intelectuais reuniam-se constantemente para debater acontecimentos políticos, artigos de jornais, exposições de artes e até espetáculos durante horas.


O movimento artístico denominado Bauhaus surgiu nesse contexto, congregando importantes criadores de vanguardas que ditariam algumas das diretrizes estéticas que prevaleceriam ao redor do mundo no século XX.


Walter Gropius


Walter Gropius foi um arquiteto alemão que é considerado um dos maiores arquitetos do século XX. Gropius fundou Bauhaus, uma escola de design, arquitetura e arte moderna; o arquiteto também era diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Iniciou sua carreira em Munique, na Alemanha, completando sua formação em 1907. Em 1910 estabelece seu próprio escritório e, no ano seguinte, constrói a primeira obra considerada moderna – a Fábrica Fagus. Em 1919, com o fim da Primeira Guerra Mundial, Gropius recebe o cargo de diretor na Escola de Artes e orifícios de Weimar, e, no mesmo ano, a funde com a escola de Belas Artes de Weimar, criando a Bauhaus.Gropius fica na direção de Bauhaus, chefiando equipe de professores que são considerados consagrados para a arte, até 1928, quando o suíço Hannes Meyer assume a direção. Com a ascensão do nazismo emigrou para a Inglaterra, em 1934, projetando fábricas e prédios estatais; e para os Estados Unidos, e, 1937, quando é nomeado professor da Universidade de Harvard, virando um cidadão americano em 1944. Enquanto está nos Estados Unidos que o arquiteto faz a maior parte de suas obras. Morre em Boston, em 1969.
Bauhaus

Bauhaus foi fundada em 1919, pelo arquiteto alemão Walter Gropius, numa integração de duas escolas que existiam na cidade de Weimar — a Escola de Artes e Orifícios e a de Belas-Artes — fundando uma nova, de arquitetura e desenho, que recebeu o nome de Staatliches Bauhaus, que significa “casa para construir, crescer e nutrir”.
A escola foi criada com o objetivo de capacitar os alunos tanto na teoria quanto na prática das artes, dando-lhes condições para a criação de produtos que fossem, ao mesmo tempo, artísticos e comerciais. Gropius queria criar uma comunidade na qual professores e alunos morariam e trabalhariam juntos. A intenção de Bauhaus era formar artistas, designers e arquitetos mais responsáveis socialmente, ou seja, contribuindo para o progresso de vida, da cultura e da nação, aperfeiçoando a sociedade. A Bauhaus combatia o conceito de arte pela arte e estimulava a criação livre, que ressaltava a personalidade do homem. Bauhaus foi uma escola de artes e orifícios – não havia distinção entre arte, artista, ofício e artesão; unindo a arte e a máquina.
Bauhaus implantou uma nova concepção de arte, que se opunha às técnicas tradicionais e aproveitava novos materiais para uma modernização, relacionando a forma com a função, fazendo com que houvesse um funcionalismo. As obras deviam ter forma clara e orgânica – o objeto devia ter um aspecto que determinasse sua função.
A arquitetura de Bauhaus era uma obra de arte – não havia barreiras entre as artes estruturais e decorativas. Para Gropius, apenas com a tarefa coletiva que era possível a unidade arquitetônica, incluindo os mais diferentes tipos de criação: pintura, dança, teatro, fotografia e música.
Bauhaus fez com que seus membros logo definissem um estilo em seus produtos, que eram funcionais, artísticos e econômicos. O estilo de Bauhaus era uma mistura do pensamento dos professores, como o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão Gerhard Marcks e o pintor suíço Johannes Itten, artistas que podiam estar entre membros de movimentos abstratos e cubistas. Depois, mais artistas famosos passaram a fazer parte da escola.
Inicialmente, a escola recebia subsídios da república de Weimar, mas após uma mudança no governo, a escola passou a ser ameaçada pela oposição por causa de suas idéias inovadoras e teve que ser transferida para outra cidade – Dessau – em 1925. Para a mudança, Gropius projetou e construiu a nova escola que era um modo de manifesto da arquitetura moderna. Em Dessau, houve uma intensificação das atividades de Bauhaus com o lançamento de publicações e organizações de exposições. Todos os projetos da escola eram racionais.

Em 1928, Gropius saiu da escola, passando o cargo para o suíço Hannes Meyer. Tanto professores quanto alunos ficaram surpresos quando o diretor anunciou sua saída, não sabiam o que seria a escola sem seu criador, mas Bauhaus já estava consolidada, permitindo sua continuação sem Gropius. A nova direção deu prioridade para a arquitetura e fez com que a escola influenciasse o construtivismo russo. Em 1930, Meyer foi substituído pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe, já que o primeiro tinha posturas esquerdistas que não eram apoiadas pelo governo. Rohe deu um novo rumo à escola.
Em 1932, quando os nazistas subiram ao poder, a escola foi transferida para Berlim, onde funcionou até seu fechamento, em 1933. Mesmo a escola sendo fechada, Bauhaus já tinha sido espalhada aos principais centros artísticos. Essa difusão aumentou quando os professores de maior importância da escola emigraram, por causa das perseguições nazistas, indo principalmente pros Estados Unidos e pra Inglaterra.
Influência do Bauhaus no Brasil

O impacto causado pela Semana da Arte Moderna, em 1922, marcou definitivamente o início do Modernismo no Brasil. Os principais modernistas brasileiros, como Lasar Segall e Anita Malfatti, trouxeram a São Paulo idéias do expressionismo alemão que tornaria o modernismo brasileiro altamente influenciado pela arquitetura moderna alemã anos depois.
A influência alemã em aspectos culturais já está presente no Brasil desde muito cedo. Até a década de 1930 as únicas revistas que circulavam no mercado brasileiro sobre arquitetura eram alemãs. Os alemães começaram com o uso do concreto e este ganharia enorme plasticidade na mão dos arquitetos e estruturalistas brasileiros, deixando mais uma marca da Alemanha em nosso país.
A partir da década de 50, o estilo Bauhaus chega ao Brasil através de ex-alunos da escola de design alemã. Foi na Bahia que se destacou o Instituto de Cacau da Bahia, um dos poucos exemplos no Brasil de uma arquitetura influenciada pelos princípios da Bauhaus. Alexander Buddeus, arquiteto belga formado na referida instituição foi o responsável pelo projeto. A arquitetura possui toques expressionistas como pode ser observado em projetos de Gropius, fundador da Bauhaus.

mais informações:
[1]; [2] Estilos, escolas & movimentos - Amy Dempsey – Ed.: Cosac & Naify - pág 130 – 133

8 de junho de 2009

Violenta Sociedade

Um dos problemas mais enfrentados pelos principais centros da sociedade contemporânea é a violência urbana. O problema abrange muitas cidades importantes e possui diferentes causas, mas sempre com a mesma dificuldade: qual seria a melhor solução.

As principais causas do problema são a má relação entre os familiares do indivíduo e a falta de condições de estudo para uma possível ascensão social. A má distribuição de renda priva muitas pessoas de uma boa educação e de uma boa moradia e, sem conseguir ascender na vida de forma legal, a pessoa acaba aderindo à violência. Além de agir de maneira violenta, o indivíduo tenta fugir da realidade por meio de drogas e bebidas alcoólicas, iniciando um ciclo vicioso, no qual começa a praticar a violência para comprar sua fonte de escapismo.