Entrevista: Marcelo Hipólito
Hoje trago para vocês a entrevista com Marcelo Hipólito, autor do livro "O Mago de Camelot: a saga de Merlin para coroar um dragão".
Como
foi seu primeiro contato com a leitura? Você já lia na infância?
Sim. Sempre gostei de ler, desde que
aprendi as letras e as palavras. Meu primeiro livro, dado por meu pai, foi
“Marcelo, Marmelo, Martelo”. Essa foi a primeira referência literária que me
recordo. Ainda que possam ter havido outras, essa ficou marcada em minha
memória.
Quando
você começou a escrever? Quando decidiu ser autor?
Meu gosto literário foi influenciado
pelas obras que li e os filmes que assisti, durante minha vida. Isso vale para
todos os meus gêneros favoritos: fantasia, ficção científica, romance
histórico...
Sempre gostei de escrever. Estudei
cinema e trabalhei com roteiros de filme e TV. Porém, lenta e gradualmente, fui
atraído pela ideia de passar de uma obra de criação coletiva (cinema) para uma
criação de caráter mais individual (livro), que oferece um controle maior sobre
o resultado final da sua obra.
De fato, ainda na minha fase de
roteirista, trabalhei com um colega escritor do RJ, o talentoso Marcelo
Machado. Juntos, conseguimos um agente para nos representar em Hollywood e
tivemos algumas obras consideradas para produção no mercado americano.
Contudo, como não podia me mudar
para os EUA na época, devido a problemas de saúde na família, decidi permanecer
no Brasil. Por questões locais, meu colega Marcelo Machado também não se mudou
e mantivemos nossas atividades literárias pela elaboração de contos em língua
inglesa publicados nos EUA, Reino Unido e Espanha. Nessa época, um dos nossos
contos, Eternal Grief, foi indicado a melhor conto de horror nos Estados
Unidos, em 2003, pelo Preditors & Editors Readers Poll.
Quais
são suas inspirações para escrever? Tem algum autor como referência?
J. R. R. Tolkien e Isaac Asimov são
meus autores favoritos e eternas inspirações pela sua qualidade e ousadia
literária.
Acho que três inspirações maiores me
atraíram para escrever a história. O caráter dúbio da magia. Nas lendas e
mitologias que me cativam, o usuário de magia costumar pagar um preço pela sua
utilização, ciente ou não disso. O outro elemento é o caráter nobre de Camelot,
que espelha o desejo humano pela luta e edificação de um mundo melhor, sem
ódios, através da paz, da ordem e da liberdade, e não da imposição, do
autoritarismo e da barbárie. Por fim, Merlin sempre foi um personagem
fascinante para mim. Ele é o mais famoso mago de todos os tempos. Maior
conselheiro, tutor e amigo do rei Artur, figura fundamental em uma das
histórias mais lendárias da civilização ocidental.
O seu
livro se passa na era arturiana. Como foi o processo de pesquisa para envolver
os personagens nesse contexto?
Extenso, trabalhoso, demorado. Pesquisei livros
e trabalhos acadêmicos, muitos deles diretamente em língua inglesa, sobre a
vida, a cultura, a guerra e as relações familiares e sociais na Idade das
Trevas, especialmente na Britânia. Li também reproduções dos textos mais
antigos que sobreviveram até nossos dias que contam a história do ciclo
arturiano, o ideal de cavalaria e a Távola Redonda.
Você já
escreveu outras obras, com assuntos bem diversos. Você poderia contar um
pouquinho sobre elas? Qual você mais gostou de escrever?
Minha favorita ainda é meu primeiro romance de
estreia em língua portuguesa, “Lúcifer: o primeiro anjo”, que teve mais de uma
edição, todas esgotadas, e atualmente pode ser encontrado somente em
bibliotecas (muitas delas fora do Brasil) e em sebos.
“Lúcifer: o
primeiro anjo” é
um livro de aventura, um épico mitológico que demandou muita pesquisa e estudo sobre
descobertas arqueológicas e ensinamentos de religiões e mitologias milenares e
doutrinas filosóficas e teológicas.
É a lenda de Lúcifer, do início ao final dos tempos, com todos os ambientes e personagens que a compõe. A começar por Deus, apresentado segundo as suas “origens” nas culturas do Oriente, baseadas no conceito primitivo do equilíbrio do Bem e do Mal, do Yin-yang, mas sem abrir mão do Deus que conhecemos no Ocidente, de amor e bondade puros. E o mesmo acontece com os outros personagens do livro. O livro não se restringe à mitologia judaico-cristã, mas às diversas manifestações do Mal, dispersas pelas incontáveis lendas e crenças humanas, resgatadas em um conjunto único e coerente, que lança uma luz reveladora sobre as origens do Mal, escassas e vagas em praticamente todas as religiões.
É a lenda de Lúcifer, do início ao final dos tempos, com todos os ambientes e personagens que a compõe. A começar por Deus, apresentado segundo as suas “origens” nas culturas do Oriente, baseadas no conceito primitivo do equilíbrio do Bem e do Mal, do Yin-yang, mas sem abrir mão do Deus que conhecemos no Ocidente, de amor e bondade puros. E o mesmo acontece com os outros personagens do livro. O livro não se restringe à mitologia judaico-cristã, mas às diversas manifestações do Mal, dispersas pelas incontáveis lendas e crenças humanas, resgatadas em um conjunto único e coerente, que lança uma luz reveladora sobre as origens do Mal, escassas e vagas em praticamente todas as religiões.
Você pensa em escrever mais algum livro?
Poderia nos contar um pouquinho sobre o que está planejando para os próximos
anos?
Estou trabalhando, no momento, em
projeto que espero concluir até o final do ano. São três ou quatro livros (essa
formatação final ainda está em aberto) que estou escrevendo em parceria com um
talentoso alquimista. Além disso, iniciei as pesquisas para um novo romance
solo, que pretendo finalizar no ano que vem.
Como
você vê a literatura brasileira atualmente? Quais são suas expectativas quanto
a ela?
Eu vejo a literatura brasileira está
entrando num ótimo momento. Estamos passando por uma revolução no setor com o
impacto das redes sociais, a chegada da Amazon no Brasil, a consolidação do
mercado, o início da disseminação dos e-books, etc. As editoras nacionais percebem,
cada vez mais, a importância de montarem carteiras de escritores nacionais, que
são mais baratos e disponíveis para os leitores brasileiros, em eventos
literários, entrevistas, programas de rádio, TV e Internet.
Eu pretendo investir cada vez mais
na minha carreira no Brasil, mas sem deixar de olhar o mercado internacional. Pretendo
retomar, já nesse ano ou no próximo, uma maior atenção também ao exterior.
Você
faz parte do grupo “Infinito Criativo das Letras”. Você acha que o grupo ajuda
na divulgação da literatura nacional?
Com certeza. Estamos entrevistando, trocando
ideias e agitando a cena da literatura nacional com diversas figuras de proa na
literatura nacional, como André Vianco, Max Mallmann e Lycia Barros.
Tem
alguma dica para quem tem vontade de publicar um livro?
Leia muito. Todo autor é antes de
tudo um leitor compulsivo e apaixonado.
Sei
que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido?
Na verdade, é uma pergunta fácil,
apenas não é um único livro, mas sim, duas obras: O Silmarillion, de J. R. R.
Tolkien, e a trilogia Fundação de Isaac Asimov
Qual
livro nacional você recomenda? Por quê?
Recomendo “As Duas Faces doDestino”, de Landulfo Almeida,
“Presságio: o assassinato da freira nua”, de Leonardo Barros, e “Ser
Clara”, de Janaína Rico. Porque são ótimos livros, que evidenciam a qualidade e
diversidade crescentes da literatura brasileira.
Obrigada
pela entrevista! Você gostaria de deixar algum recado para os leitores do blog?
Convido todos a conhecerem meu novo
romance de aventura “O Mago de Camelot: a saga de Merlin para coroar um dragão”.
Para maiores informações sobre
minhas obras, eventos que participo, outros trabalhos e informações
palpitantes, acessem meu site.
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