5 de julho de 2010

Meu dia em Chichen Itza

Bom, há alguns dias fiz um post sobre Chichen Itza, já que iria visitar esse lugar! Quando descobri que íamos à Cancun, já comecei a pesquisar sobre o que eu poderia fazer, e descobri que tinham muitas opções, como nadar com golfinhos, jantar com piratas, mergulhar, entre outros. Mas, é claro, o que mais me chamou a atenção foi o fato de eu estar do lado de importantes sítios arqueológicos dos Maias, uma civilização pré-hispânica pela qual eu sempre me interessei.


Como descobrimos que faríamos essa viagem um pouco em cima da hora, não deu tempo de ter um bom planejamento e tive que optar por apenas um dos vários sítios arqueológicos lá existentes. Queria ver todos, mas como só teria um dia para isso – e é um passeio que dura o dia todo – escolhi Chichen Itza. Por que exatamente esse? Bom, caso vocês não saibam, uma das 7 maravilhas do mundo moderno, que foram votadas em 2007, é a pirâmide de Kukulkan, localizada lá! E, é claro que, estando já em Cancun, eu veria uma das sete maravilhas do mundo, né?

Ao chegar em Cancun, ficamos na “Zona Hotelera”, chamada assim pois praticamente só tem hotéis. Hotéis e shoppings direcionados para, principalmente, estrangeiros. Por mais estranho que pareça, apesar da moeda corrente no México ser o peso mexicano, eles aceitam dólares na maioria dos lugares em que visitei.


No primeiro dia, aproveitei o mar. Aquele mar de um tom de azul inacreditável. E, também, fomos consultar a responsável pelos passeios no hotel. Apesar de eles já terem um passeio organizado – e ainda com um guia que falava português – achamos melhor irmos por nossa conta, já que havíamos alugado um carro e sairia mais em conta irmos por nós mesmos.


A cor incrível do mar!

Acordei no dia marcado para o passeio, tomei meu café da manhã e peguei um lanchinho que o hotel providenciava para os hóspedes que passariam o dia fora. A temperatura lá em Cancun já estava bem alta, por volta dos 34ºC – isso na primavera. A cidade de Cancun fica no Estado de Quintana Roo, na península de Yucatan, já Chichen Itza fica em outro Estado – Yucatan – também na península de mesmo nome. O tempo de viagem, de carro, foi de cerca de 2 horas.


Mas não fomos direto à nosso destino. No meio do caminho tivemos de passar no aeroporto, para confirmar as condições de nosso vôo. Minha mãe, minha avó e eu ficamos no carro, que não podia ficar parado, e meu pai entrou no aeroporto com a minha irmã. Enquanto esperávamos, resolvemos dar uma volta pelo estacionamento. Mas, diferente daqui, o estacionamento não tem tolerância! Entramos, ficamos menos de 5 minutos e tivemos que pagar 15 pesos (o equivalente mais ou menos a R$2,30).


Então seguimos nosso caminho em direção à Chichen Itza. A estrada, como haviam nos informado, era praticamente deserta. Só víamos a asfalto em nossa frente e árvores cercando a estrada. No meio do caminho, também encontramos vários trabalhadores tirando o que pareciam ser a grama que começava a invadir a estrada. Também passavam várias bicicletas – com grandes cestos com materiais – apesar de, ao longo da estrada, existirem várias placas proibindo o uso delas.


A estrada


Finalmente, depois de mais ou menos uma hora e meia de viagem, apareceu um posto de abastecimento – a única coisa diferente – e paramos para encher o tanque. Depois seguimos a viagem e logo chegamos ao sítio arqueológico.


O estacionamento não estava lotado, mesmo assim, cheio. Assim que descemos do carro, vieram uns 3 ‘guias’ perguntando que língua falávamos e se oferecendo para acompanhar – um deles inclusive falava portunhol! Recusamos e continuamos a andar em direção a entrada. Lá estava ainda mais quente que Cancun, não sei exatamente qual a temperatura. Enquanto andávamos, aparecia sempre alguém oferecendo uma ‘lembrança’ do lugar. Acabamos comprando um chapéu, para nos proteger do sol, que estava muito forte.


Logo depois de comprar as entradas, sentamos para comer nosso lanche. Eu, que já sou um pouco enjoada para comer, abri meu sanduíche para tirar o presunto, e deixei algo que julguei ser uma azeitona. Mas não era. Na verdade, tinha uma pimenta no meio do sanduíche. E eu, pega de surpresa, quase deixei meu lanche cair. De resto, não havia nada muito diferente. Uma banana, uma barra de cereal, um saquinho de batatas e um suco de maçã, que já estava quente.


Depois de nosso ‘almoço’, entramos finalmente no sítio arqueológico. Depois de passarmos por mais vendedores de ‘souvenirs’, que insistiam que levássemos algo, a visão foi incrível. Lá estava ela, a pirâmide de Kukulcan. Maravilhosa! E, com certeza, só de vê-la valeu toda a viagem. Compramos um livrinho, para nos guiar e contar tudo o que havia lá e o que era cada coisa.

A pirâmide de Kuklcan

Depois, passamos pela arena onde era jogado o ‘jogo da bola’, um jogo no qual os Maias se separavam em dois times e tentavam, com os joelhos, acertar uma bola feita de látex num aro, localizado a uns 2 metros de altura. Depois eu vi uma interpretação do jogo, num parque temático chamado Xcaret, que eu fui em outro dia. Enquanto estávamos lá, vimos uma reportes filmando e jogando futebol – provavelmente fazendo alguma reportagem relacionada com a Copa do Mundo, que ainda não tinha começado. Eu fico imaginando como é que os Maias conseguiam acertar a bola naquele aro – tão alto – e, por incrível que pareça, quem acertasse a bola no aro recebia um dos maiores privilégios para eles: ser sacrificado!

Quadra do jogo da bola

Continuamos andando em direção ao poço sagrado. Foi então que eu comecei a sentir uma dor de cabeça. Muita dor de cabeça, e tudo por causa do sol! O poço era mais afastado, e para chegar até ele, tínhamos que passar por uma coluna – que para mim, naquela hora, pareceu infinita – de mais vendedores insistentes de lembrancinhas. A minha dor de cabeça só piorou.


Finalmente chegávamos ao poço, um lugar super tranqüilo, e com sombra. Resolvi sentar e observar o poço. Também me molhei um pouco com a água que comprei – não era possível me molhar com a água do poço, que era muito fundo. Depois de me acalmar e ter a dor de cabeça amenizada, voltamos a caminhar e conhecer o sítio arqueológico.


Tudo lá era muito interessante – ainda mais para mim, já que sempre me interessei em história. Vimos o lugar onde os sábios moravam, vimos a casa de banho, o observatório – muito parecido com os que existem hoje -, vimos o mercado e o que seria a base de um de seus templos. Enquanto passeávamos, uma breve garoa esfriou um pouco o tempo, o tornando mais agradável, apesar de ainda quente.


Depois de muitas fotos e de muitas voltas pelo sítio arqueológico, voltamos à nosso ponto de partida, na frente daquela pirâmide impressionante. Sentamos e a observamos por mais um tempo.


Saímos, então, e eu capotei no carro, depois desse dia no sítio arqueológico. E, apesar do vendedores (que, como eu já disse, eram MUITO insistentes) e da minha dor de cabeça, o passeio valeu a pena!