Confiar ou não?
Dentre vários fatores, a confiança é fundamental para a construção e manuntenção de uma sociedade. No entanto, a transformação desta exige mudanças nas formas de confiança existentes.
A falta de confiança nos outros inviabiliza a vida em sociedade. Para a existência de uma organização, o ser humano precisa confiar no governo e nos demais homens. Em sociedades mais simples, a confiança é baseada na vida em comum das pessoas, ou seja, aqueles que frequentam os mesmo lugares, têm os mesmo costumes, têm a mesma cultura acabam desenvolvendo uma confiança mútua.
Nos dias de hoje, no entanto, a vida social nos países mais desenvolvidos é tão complexa que não é possível manter a confiança baseada apenas na cultura. Com a industrialização e a globalização, as relações entre empresas, por exemplo, são amplamente documentadas, para que se tenha prova caso uma das partes não cumpra com a palavra. Desse modo, a confiança aparece apenas de um contrato, sendo, assim, artificial.
Entretanto, a confiança não mudou nas relações pessoais particulares. Não é possível viver desconfiando de parentes e amigos. A confiança natural rege relações como a amizade, o casamento, a família e, mesmo sem um contrato, é possível depositar sua confiança no outro.
É possível perceber, então, que, mesmo com mudanças drásticas na sociedade, a confiança em relações particulares continua igual. A confiança artificial, criada, com sucesso, como forma alternativa para relações comerciais, não é aplicada em âmbito particular, já que a insegurança e a desconfiança não podem ser a base das interações que se dão nesse espaço.
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