Theodore é um homem solitário, que vive de escrever cartas
para outras pessoas, e ainda está deprimido por ter se separado de sua esposa. Quando
descobriu sobre o novo Sistema Operacional, não pensou duas vezes e já comprou.
Para sua surpresa, seu novo computador tinha vontade própria, escolheu seu próprio
nome – Samantha – e tem a voz de Scarlett Johansson.
O sistema operacional age como qualquer outro da época: organiza a agenda, repassa informações, mas ele também age como um ser humano, demonstrando sentimentos, conflitos e emoções típicos de um ser humano. Aos poucos, Theodore é conquistado pela voz, pela simpatia
de seus Sistema Operacional, e embarca em um relacionamento sério com ela. E,
ao contrário do esperado, muitos aceitam bem essa situação. Mas será que
namorar um Sistema Operacional dá mesmo certo? Ou será que é apenas um modo de fugir da realidade?
Joaquin Phoenix atuou de forma impecável e era possível ver
a dor e a dúvida que surgiam em sua cabeça quanto a seu relacionamento. Scarlett
Johansson também é ótima, podemos perceber sua expressão e sentir suas angústias
e sua felicidade apenas pelo tom de sua voz.
Apesar de parecer absurdo, a situação vivida por Theodore não
parece irreal. Hoje em dia mesmo, não é difícil encontrar gente que se
apaixonou por alguém online, por mensagem – sem até ter ouvido sua voz. A única
diferença é que, hoje, sabemos que tem um ser humano do outro lado da tela. E
Samantha tem tamanha paixão à vida que não é estranho Theodore ter se
apaixonado por ela.
Eu adorei o modo como o diretor Spike Jonze tratou a relação homem-máquina.
Apesar da situação ser diferente, minha mente foi ao filme “Simone”, em
que o personagem de Al Pacino cria a atriz perfeita por um programa de
computador, um filme que eu também adoro.
O filme foi indicado à 5 Oscars, e levou o de Melhor Roteiro
Original. Eu assisti ao filme depois do Oscar e gostei bastante. Mas percebi
que essa não foi a opinião de todos na sala – reparei que pelo menos três
pessoas saíram no meio do filme. Eu,
particularmente, achei que o filme realmente mereceu esse Oscar – o roteiro é
incrível. Vale muito a pena ver!
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