12 Anos de Escravidão

por - março 17, 2014


Dados Técnicos
Título Original: 12 Years a Slave
Direção: Steve McQueen
Ano: 2013
Gênero: Drama, Histórico, Biográfico
País: EUA
Duração: 2h13min

Solomon Northup é um famoso violinista negro que vive em uma pequena cidade no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, com sua mulher e casal de filhos. Após ser chamado para tocar em um circo,  e, após uma noite de bebedeira entre os novos amigos, Solomon acorda trancado em uma sala, preso por algemas nos pés e nas mãos, e descobre que, a partir daquele momento, seria considerado um escravo - mesmo sendo um homem livre.

Após pouco tempo, aprendeu que não poderia demandar por sua liberdade, ou seria punido. Também percebeu que era melhor não mostrar que sabia ler ou escrever, para que não fosse punido por ser inteligente demais para ser um escravo. 

Ao longo dos anos, Solomon passa por 3 fazendas, ganhando a confiança de seus mestres por ser um escravo praticamente exemplar (mesmo assim, não passou impune pela experiência, sendo punido por motivos pouco relevantes). Trabalhou em construção, cortando cana, colhendo algodão... E viveu situações absurdas: como a de uma mãe que foi vendida separada de seus filhos; de um homem que morreu por defender outra escrava que seria estuprada, entre outras.

É claro que eu não deixaria de falar daquele que ganhou o Oscar de melhor filme, não é? Eu assisti ao filme pouco antes da cerimônia e já sai da sessão com certeza de que levaria a estatueta.

A situação vivida por Northup no filme era, por mais absurda que pareça, comum à época. Muitos negros libertos eram sequestrados e vendidos como escravos. No Sul dos Estados Unidos, a escravidão era comum e muitos encontravam justificativa para tal na bíblia. Durante o filme, inclusive, vemos os donos de escravos tentando catequizá-los, lendo o livro sagrado e até inventando passagens que pudessem aterrorizá-los.

Os escravos eram realmente tratados como coisas. Eles dormiam todos juntos, sem que houvesse preocupação com seu conforto ou bem estar; eram obrigados a trabalhar horas a fio, sem que fossem recompensados por seu esforço; nem sempre tomavam banhos, já que, como eram objetos, não havia tal necessidade. E, é claro, se qualquer coisa fosse feita de modo diferente do que seu mestre desejasse, haveria uma punição. Esta era dada algumas vezes sem justificativa nenhuma, o que piorava ainda mais a situação.

A atuação de todos estava impecável. Chiwetel Ejiofor conseguiu estampar em seu rosto o sofrimento que passava e a vontade de voltar a ser um homem livre, por mais difícil que isso fosse; Lupita Nyong'o fez por merecer, atuando de forma magnifica e merecendo o Oscar que recebeu; Michael Fassbender me amedrontou como senhor de escravos e me convenceu de que tinha absoluta convicção de que aquilo era correto...

A trilha sonora, composta por Hans Zimmer, também foi ótima. Apesar de se assemelhar à de "A Origem" (Inception,2010), ela consegue nos envolver de uma forma que nos emocionamos com a história de Solomon.

O filme foi baseado em um livro autobiográfico de mesmo nome. A história de Solomon Northup fica ainda mais impressionante quando descobrimos que é real. Ele foi um dos poucos homens livres que fora escravizado e conseguiu retornar à liberdade. Depois de ser liberto, passou o resto da vida lutando pelo abolicionismo. O filme realmente mereceu o Oscar! Vale a pena assistir.

* Essa resenha também foi postada para o blog "As Leituras de Mila", no qual sou colunista.


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