3 de março de 2011

Buraco

Como havia comentado sobre o twitter semana passada, essa semana, ao ler alguns blogs, encontrei esse texto, do Marcelo Rubens Paiva, achei interessante e agora estou reproduzindo aqui! Espero que gostem!




Me pergunto que efeito terá o Twitter nas nossas ondas cerebrais, em que pensamentos e opiniões não podem passar de 140 caracteres.



E o Face, em que você diz em resumo “no que está pensando agora” para centenas de amigos e desconhecidos?


Alguém aguentará ler um livro com mais de 140 páginas?


Alguém conseguirá escrever uma longa carta de amor?


Alguém conseguirá encontrar palavras que definam o estado das coisas de forma profunda?


E conseguirá ir para a cama, banho, ver a chuva da janela, sem precisar comunicar [postar] em “what’s happening” para amigos da rede social?


Já sou daqueles que diz em silêncio: Vou tuitar isso.


Ou que escuta coisas e pergunta: Posso tuitar isso?


Já sonhei com frases tuitáveis.


Mas que foram esquecidas de manhã.


Já sonhei que eu me dizia: Vou tuitar isso.


Não sei ainda ao certo para que serve o Twitter.


Nem seu inventor, que recusa ofertas bilionárias, não sabe o valor real do seu bussines e ainda não se decidiu como ganhar dinheiro com ele.


Aliás, ainda não surgiu a autoridade linguista para definir se o verbo é tuitar ou twitar, já que o W voltou depois da reforma.


E deveremos acentuar tuítar?


Mas que é viciante, é.


Meu amigo Bruno Mazzeo sofreu.


Ele era daqueles que tinham aplicativos no celular, o que me recuso. Disse que vivia dia e noite tuitando, que tudo era Twitter, que ele respondia, provocava, um estresse. Tem mais de 600 mil seguidores.


Deu um basta, tirou umas férias.


Não “se matou” no Twitter.


Mantém seus followers em stand by.


Mas parou de tuitar.


E já vi outros reclamando do mesmo vício.


O primeiro ato de romper com a dependência é apagar o aplicativo do celular.


Logo, logo, surgirão manuais:


Como Voltar a Viver Sem o Twitter.


Há Vida Sem A Rede?


Os Dez Passos Para A Libertação dos 140.


Não sei ao certo quem me lê [são uns 30.500 seguidores].


Nem os macetes de como postar fotos.


Não sei o que é # ou FF.


Mas me divirto e exercito a capacidade de ser exato e sucinto, que sempre foram exigências da boa literatura e do jornalismo.


 
 
Texto retirado deste site