11 de outubro de 2018

O Conto da Aia (série)


Depois que um atentado terrorista tira a vida do Presidente dos Estados Unidos e de grande parte dos outros políticos eleitos, uma facção católica toma o poder com o intuito de restaurar a paz.

Eu estava muito curiosa para assistir a série, já que tinha ouvido falar muito sobre ela. Finalmente tive a chance! "O Conto da Aia" é produzido pela Hulu, uma concorrente da Netflix que ainda não chegou no Brasil e, por isso, eu não fazia ideia quando teria a chance de assistir. Até que descobri que a Paramount começou a exibir a série aqui no Brasil - e, é claro, que tive que conferir!

A série se passa em Gilead, um país teocrata comandado por fundamentalistas do grupo "Filhos de Jacó", todos homens. As mulheres não tem liberdade alguma. Aquelas que são férteis são as Aias; as inférteis podem servir como Esposas dos Comandantes; Marthas, responsáveis pelas tarefas domésticas dentro da casa dos Comandantes; ou Tias, que realizam o treinamento das Aias.

Em um mundo com taxa de natalidade muito baixa, as mulheres férteis são vistas como a única opção para aumentar a população de Gilead. Mas apesar de sua importância, ser Aia não é fácil: sua principal tarefa é participar de um ritual, enquanto estão em seu período fértil, em que são estupradas pelos Comandantes enquanto as Esposas seguram seus pulsos e assistem ao estupro. As Aias passam a ser propriedade dos Comandantes a que servem - inclusive, por isso, seus nomes são alterados de forma que fique óbvio a quem elas pertencem.

A série é focada em Offred, que serve o Comandante Fred Waterford. Ao mesmo tempo que vemos o que se passa em sua vida atualmente, também passeamos por suas lembranças - as lembranças de um país ainda laico, em que era casada e tinha uma filhinha. Também temos flashbacks de como a situação foi piorando, de como as mulheres foram perdendo os direitos e como foi o treinamento para que ela se tornasse uma Aia.

Eu gostei bastante do que eu vi, apesar de achar bem chocante. É ridículo imaginar como um sistema que favorece pouquíssima gente consegue sobreviver - e é pior ainda imaginar que algo assim já aconteceu, de certa forma, e ainda poderia vir a acontecer algum dia (esse post tem uma interpretação interessante). E é possível sentir a aflição que aquele tipo de vida - sem escolhas, sem opções - faz com a protagonista. É aflitivo, ainda mais como mulher, ver algo assim acontecendo e não ter como fazer nada - nem por você mesma, nem pelas outras que se encontram na mesma situação.

A série é um pouco lenta, mas nada que tivesse me deixado sem vontade de emendar um episódio no outro. Acho que vale a pena assistir, mesmo que apenas por curiosidade, principalmente para quem gosta de uma boa distopia.