9 de outubro de 2015

O Voo da Libélula

Nome: O Voo da Libélula
Autor: Michel Bussi
Editora: Arqueiro
Páginas: 400

 

 
23 de dezembro de 1980. Um terrível acidente de avião ocorre no Mont Terrible, fronteira da Suíça e da França. Nos próximos dias, a notícia que não saía das capas do jornal eram sobre a milagrosa sobrevivente do Mont Terrible: dos 169 passageiros, apenas uma bebê de 3 meses sobreviveu. 

A bebê continuou nas manchetes nos próximos meses, mas por outro motivo: ela não foi identificada. Entre seus passageiros, o voo contava com duas bebês da idade da menina: Émilie Vitral e Lyse-Rose Carville. Os avós dos dois lados estavam dispostos a fazer tudo o que tinham a seu alcance para ficar com a pequena garota, comprovando que a sobrevivente era sua neta.

Os Carville são uma família rica. Leónce, o avô, fez de tudo para garantir que a neta ficasse com ele – inclusive manipular sua outra neta, a irmã mais velha de Lyse-Rose, a única que realmente conhecia a menina, para que ela afirmasse veementemente que a bebê era sua irmã. Os Vitral são uma família humilde, que tem que dar duro para garantir que os netos tenham tudo o que puderem.

Após o julgamento, os Carvilles contratam Crédule Grand-Duc, um detetive particular, para descobrir se a decisão tomada pelos tribunais foi correta. Em uma época em que não existia exame de DNA, e em um julgamento que haviam poucas provas de quem era a menina, a investigação não seria fácil.

18 anos depois, o detetive descobre a solução pouco tempo antes de ser assassinado, sem tempo para contar para ninguém quem é realmente Lylie (Lyse-Rose + Émilie), o pequeno milagre do Mont Terrible. Antes disso, enviou seu diário de investigação para a garota. Apóós a leitura, a garota deixa o diário com seu irmão, Marc, e desaparece.

Marc, então, decide seguir as pistas da investigação de Crédule para descobrir se Lylie é realmente sua irmã, ao mesmo tempo que tenta encontrar a garota, temendo o que ela poderá fazer após a leitura do diário.
 
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O livro já começa nos deixando curiosos. Crédule se sente extremamente frustrado por não ter descoberto a identidade de Lylie, e planeja se matar após 18 anos de investigação. Até que ele olha na primeira publicação e soluciona o que tentava descobrir há tanto tempo. Eu, curiosa que sou, já fiquei louca para descobrir do que o detetive estava falando e como ele conseguiu descobrir um mistério tão difícil olhando apenas uma página de jornal. O que tinha naquela folha?

Nós acompanhamos a investigação junto com Marc. O autor conseguiu de maneira hábil intercalar o que está acontecendo no presente e no passado.

Os personagens são bem construídos. Lylie é uma menina doce, que sempre viveu com o peso da identidade desconhecida nas costas. Crédule, que de início parece confiante quanto à tarefa que lhe foi passada, com o tempo passa a ficar louco, sem entender o que deixou passar, como não descobriu a real identidade da garota. Marc farria de tudo para Lylie. Maldive, a irmã de Lyse-Rose, também é uma personagem importante - e dá para perceber a sua loucura, implantada nela pela criação pelos avôs (principalmente o avô) e pela certeza que a justiça não lhe foi correta.

Vale a pena a leitura, principalmente para os fãs de literatura policial. O livro foi agraciado com 4 prêmios na França, e não é a toa. O enredo é instigante, e faz com que nós não queiramos largar o livro até termos passado por todas as reviravoltas e descobrir, finalmente, quem é a milagrosa sobrevivente do Mont Terriblé.