21 de janeiro de 2015

Mundo Novo

Nome: Mundo novo
Autor: Chris Weitz
Editora: Seguinte
Páginas: 323


O mundo não é mais o mesmo. A Doença devastou os Estados Unidos e, até onde se sabe, o mundo, matando todos os adultos e crianças. Apenas os adolescentes sobreviveram, devido à algum hormônio, mas com a consciência de que assim que terminassem de amadurecer, a Doença se manifestaria. 

Dois anos após o Ocorrido, em Nova York, os adolescentes se organizaram em tribos, tentando sobreviver da melhor maneira possível. A história vai contar um pouco sobre a tribo da Washington Square. Seu generalíssimo, Wash, está prestes a entrar na fase adulta - ou seja, o vírus está prestes à afetar seu corpo - e treina seu irmão, Jeff para substituí-lo.  De um dia para o outro, Jeff se vê o novo líder da tribo.

A tribo é formada por vários adolescentes - e cada um deles com um ótimo endereço residencial. Jeff é o contador de história da tribo. Ele é o novo generalíssimo, embora esteja um tanto inseguro quanto à isso. Mesmo após o apocalipse, ele manteve seu jeito tímido e responsável de ser.

Donna é, ao mesmo tempo, uma franco-atiradora e a enfermeira do grupo. Ela é a típica adolescente, sendo extrovertida, utilizando gírias o tempo todo e tem uma ótima relação com os líderes do grupo. O Crânio é o gênio da turma. E é sempre ele que incentiva o generalíssimo a partir em busca de novos conhecimentos que podem ser úteis para seu dia-a-dia.

E é numa das buscas de Crânio que vemos nossa história se desenrolar. Depois de encontrar um resumo de um trabalho que pode ajudar os jovens a encontrar a cura para a Doença, Crânio convence o grupo a partir em direção à Biblioteca Pública de Nova York. E isso pode ser uma jornada fácil, ou não. Tudo depende do que eles encontrarão no meio do caminho.

Os personagens são todos bem construídos e conseguimos perceber que, apesar da situação terrível em que foram obrigados a viver, eles continuam sendo adolescentes normais, com as mesmas dúvidas e dilemas (como, por exemplo, como criar coragem para se declarar pela menina por quem está apaixonado.

Um ponto alto do livro foram as referências - um tanto críticas - ao nosso dia-a-dia atual. As coisas que, hoje em dia, nos parecem super importantes, como a internet, podem sumir de repente. E não há nada que possamos fazer sobre isso. Um dos personagens, Peter, inclusive decorou seu apartamento com o tema "Facebook", mudando seu status ao longo do dia e pedindo para seus amigos escreverem em sua parede, seu mural
"De qualquer forma, quando houve o Ocorrido, sabe essa coisa que a tecnologia que deveria ser melhor para preservar as coisas? Totalmente inútil sem eletricidade. (...) As pessoas surtaram. Tipo, vinte anos antes, nunca tinham ouvido falar de e-mail, e agora a internet era vital para a saúde mental. Mas livros... livros são acessíveis. Você pode manter as ideias no papel durante, tipo, séculos." página 75.
Outro ponto positivo foi o fato de o livro contar com dois narradores: Donna e Jefferson. Achei um diferencial o fato de que cada narrador tinha uma fonte diferente no momento da narração. Também gostei da capa. Ela é de um tom laranja fluorescente e conta com desenhos em preto-e-branco dos personagens que passamos a conhecer ao longo do livro. Confesso que sempre que via um novo personagem, corria para a capa tentar reconhecê-lo.

Eu gostei bastante do livro. Como vocês sabem, eu sou fã de distopias. E com essa não poderia ser diferente. Adorei conhecer o mundo do Poca (apelido carinhoso da personagem Donna ao apocalipse) e, não sei se preferiria viver em um governo totalitário, com na maior parte das distopias, ou nesse mundo desordenado, sem regras. Com certeza, recomendo a leitura!