23 de agosto de 2014

Doador de Memória

Nome: Doador de Memória
Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Páginas: 192


Jonas vive na Mesmice. Em sua comunidade, todos os seres humanos são considerados iguais, e todas as escolhas são conferidas ao Conselho de Anciãos. Os cidadãos têm uma vida boa: não passam fome, não vivem a pobreza, não sentem dor... Mas também não conhecem conceitos como o amor, o desejo, a liberdade ou até a família. Qualquer um que desrespeitar as regras ou não se encaixar nos parâmetros da comunidade é dispensado, sendo obrigado a sair da comunidade.

Todas as crianças da Comunidade são criadas por meio de reprodução assistida e, durante seu primeiro ano, vão para o Centro de Criação. Todo dezembro, há uma cerimônia que marca o momento em que a criança muda de grupo. As crianças-novas, então, tornam-se parte do Grupo Um, são nomeadas e passam a viver em uma Unidade Familiar, onde passarão seus dias até atingir a idade adulta.

A última cerimônia pela qual as crianças devem passar ocorre quando elas tornam-se integrantes do Grupo 12. Nesse momento, elas recebem suas atribuições, ou seja, suas futuras profissões. A partir desse momento, elas passarão a treinar o que farão para poderem exercer sua atribuição durante a fase adulta.

Quando finalmente chega sua vez, Jonas é escolhido para ser o próximo Recebedor de Memórias, um dos cargos mais importantes e de maior honra da Comunidade. Ele será sábio e deverá aconselhar o Conselho de Anciãos quando for requerido. O cargo será difícil: todas as memórias das gerações passadas, todas as coisas boas e ruins que já aconteceram na humanidade serão de sua responsabilidade. Ele terá que tirar esse fardo da sociedade.

A partir de então, Jonas passa a ser o único, além do Doador de Memórias, que sabe o que realmente são as emoções: ele já sentiu o amor, a dor, a raiva, o sofrimento, e diversos sentimentos que, até então, só imaginava conhecer. Ele passa a enxergar a vida com outros olhos: passa a ver cores. E, também, passa a questionar sua Comunidade: será que vale mesmo a pena perder a liberdade?




É impressionante ver como todos levam a vida na Mesmice. O mundo, para eles, é perfeito, e ninguém parece insatisfeito com o modo como vivem, com as obrigações aparentemente sem sentido (como, por exemplo, ser obrigado a contar tudo o que sentiu no dia antes de dormir e relatar seus sonhos ao acordar) e sem a possibilidade de fazer as próprias escolhas. De um certo ponto de vista, esse mundo pareceria ideal, mas será que vale ter uma comunidade perfeita se você não tem sentimentos para viver nela? 

Jonas sempre foi questionador. Em sua cabeça, havia debates que aparentemente não existiam para os outros, mas ele nunca perguntara nada que pudesse ser descortês, já que isso seria contra as regras. Aos poucos, Jonas tenta abrir os olhos de seus amigos e familiares para o que acontece à sua volta e, cria coragem para fazer o que acredita ser certo. O Doador, por sua vez, é o único que pode saber o que Jonas começa a sentir e não vê problemas em carregar o fardo para a sociedade, apesar de nem sempre concordar com a Mesmice.

O livro, que irá para as telonas no mês que vem, é muito bom. Eu fiquei vidrada a cada página - e, não é a toa, li o livro em menos de um dia. Para os fãs de distopia, vale muito a pena ler! Agora estou super curiosa para o lançamento dos próximos volumes (são 4 no total, sendo que só o primeiro foi lançado, por enquanto, no Brasil) - o final deste livro deixou um mistério no ar, e eu fiquei morrendo de vontade de saber o que acontecerá!