19 de fevereiro de 2014

A Menina Que Roubava Livros (Filme)


O filme se passa no período anterior à Segunda Guerra Mundial e durante a mesma, na época da Alemanha nazista. Liesel Meminger é uma garotinha que passa a viver em um lar adotivo, por algum problema com sua mãe. Antes de chegar à sua nova casa, na Rua do Paraíso, Liesel passa por uma situação delicada, em que rouba o seu primeiro livro: O Manual do Coveiro.

Em seu novo lar, Hans Hubermann, o pai, é um alemão simpático, conquista a menina logo de início, com seu sorriso caloroso e seu acordeão. Rosa, a mãe, já se mostra um trovão, uma mulher difícil de lidar, mas que, com o tempo, demonstra que até aqueles mais duros são cheios de amor dentro do coração.

Na Rua do Paraíso, Liesel consegue se encaixar em sua nova vida, principalmente com a ajuda de Rudy, seu vizinho, que se simpatiza pela garota desde o primeiro momento. Lá, a menina tem uma vida típica dos jovens daquela época: é obrigada à ir à escolas nazistas, cantar o hino nazista e até queimar livros. A sua família também passa por uma situação peculiar da época: esconder um judeu, Max, que era filho de um soldado que salvou a vida de Hans durante a primeira guerra.

Logo no primeiro dia de aula, percebemos que Liesel não sabe ler. Descobrindo sua dificuldade, e percebendo sua vontade de vencê-la, Hans resolve ajudar. Assim, passa a ler todos os dias junto a menina e, depois de um tempo, cria um dicionário na parede do porão, em que a garota pode colocar as novas palavras descobertas. Liesel também recebe a ajuda de Max, que, com alguns ensinamentos de sua religião, mostra como a palavra é importante e essencial para diferenciar os seres vivos. Ele também ajuda a menina a aprimorar seu vocabulário, de modo a contribuir para que ela se torne uma excelente contadora de histórias.




Eu me encantei com o filme, de um modo que eu não imaginava. Ao longo da história eu sorri, meus olhos se encheram de lágrimas e me senti tocada com a vida de Liesel. Com certeza me arrependi de não ter lido o livro antes!

Adorei a protagonista. Liesel é uma garota tímida, quieta, mas corajosa e que encontrou a paz nas palavras. De seu jeitinho único, consegue conquistar a todos - até mesmo a Morte, narradora da história. A atriz Sophie Nélisse incorporou a garota de maneira incrível, de um modo que parecia que ela nasceu para esse papel. Seu olhar é marcante e seu sorriso encantador.

Todos os personagens conseguiram me conquistar, a seu modo. Hans (Geoffrey Rush) me conquistou desde o primeiro momento, com o seu sorriso, simpatia e jeito leve de viver; Rosa (Emily Watson), que eu odiei no início, conseguiu provar que todos tem um coração grande e generoso por dentro; Max (Ben Schnetzer) me fez ficar emocionada, principalmente por me lembrar de Anne Frank; Rudy (Nico Liersch), por fim, mostra toda a pureza dentro de um jovem, e sua alegria de viver.

O filme também é rico em detalhes. A fotografia é encantadora - as cores são lindas e sempre se destaca o branco da neve. Todo o cenário e figurino contribuiu para que o filme tivesse o ar dramático necessário. Também achei interessante o fato de os atores falarem com um grande sotaque alemão, tendo em vista que a história se passa na Alamanha.

Recomendo o filme de olhos fechados. Não preciso nem pensar duas vezes antes de dizer que esse é um dos filmes que você deve assistir pelo menos uma vez na vida.

* Essa resenha também foi postada para o blog "As Leituras de Mila", no qual sou colunista.