11 de dezembro de 2013

Carrie, a Estranha (2013)


Carrie White é uma garota tímida, isolada dos colegas do colégio e super protegida por sua mãe religiosa, Margaret. Carrie é vista pela mãe como um símbolo de seu pecado, como um câncer, que deveria ter sido eliminada logo ao nascimento, o que só não aconteceu pela fraqueza de sua mãe.

Após uma aula de Educação Física, no vestiário, Carrie menstrua, mas não entende o que está acontecendo  (sua mãe nunca se preocupou em ensinar isso à ela) - e, por isso, fica desesperada. Por conta dessa falta de conhecimento, todas as garotas a humilham (e gravam tudinho).

É nesse momento que Carrie percebe que tem algum poder sobre o que ocorre a sua volta. No resto da semana, Carrie passa a pesquisar sobre esses poderes telecinéticos, descobrindo como funcionam exatamente e percebendo que ficam mais fortes quando está com raiva. Mesmo assim, achei que seus poderes surgiram, foram controlados e ficaram fortes rápido demais. 

As meninas que foram responsáveis pelo acontecimento no vestiário, são punidas, sendo obrigadas a se esforçar mais do que o normal nas próximas aulas de educação física, caso contrário não poderão comparecer ao baile de formatura.

Sue Snell, uma delas, se mostra realmente arrependida e convence seu namorado, Tommy Ross a convidar Carrie para o baile, dando a ela um pedido de desculpas mais do que válido. Chris Hargensen, porém, que já foi expulsa do baile de qualquer maneira por causa do acontecimento, está disposta a fazer de tudo para impedir que Carrie deguste um pouquinho de felicidade.




Achei muito interessante terem modernizado o filme. Obviamente, na época em que King escreveu, não existiam coisas como o celular ou o Youtube. Como não li o livro, não sei até que ponto isso modificou a história, mas achei que ficou bem real. E Carrie, reclusa como era, não tinha acesso à nenhuma dessas modernidades, o que, com a ajuda da mãe, ajudou para sua falta de informação.

Carrie é uma garota simples, tímida, religiosa, ingênua, certinha e que ama a mãe. Ao contrário do que eu imaginei, ela não é uma menina louca que quer matar qualquer um que passe a sua frente. Mas a paciência se esgota em algum ponto para qualquer pessoa. Quando forçada à seu extremo, Carrie deixa a razão de lado. E, como qualquer pessoa normal, sente culpa por conta disso. A atuação de Chloë Grace Morets como Carrie foi ótima. Dava para sentir o sofrimento, a raiva e a bondade da garota.

Margaret, a mãe de Carrie, é religiosa ao extremo. A mulher, inclusive, se pune fisicamente por tudo aquilo que considera pecado - mesmo que tenha sido só um pensamento. Dá para perceber que, apesar do modo que age, Margaret ama a filha - e só quer o bem dela. Mesmo que isso signifique que a filha deve ficar trancada em casa o dia inteiro rezando e não tenha amigos. E Carrie entende a mãe, e tenta lidar com ela sabendo como é seu modo de pensar. Julianne Moore também conseguiu me convencer como a fanática religiosa que era.

Tommy é um fofo com Carrie e realmente se esforça para que ela fique feliz em seu baile de formatura. Adorei a atuação de Ansel Elgort - e entendi o porquê dele despontar agora, atuando em filmes como Divergente e A Culpa é das Estrelas. Sue, apesar de ter aprontado com Carrie, se sente profundamente arrependida - e se esforça para dar a ela o melhor pedido de desculpas que consegue imaginar, ao permitir que vá ao baile com seu namorado. A atuação de Gabriella Wilde foi ótima, realmente dava para perceber o quanto estava arrependida pelo que fez à protagonista.

Eu, sinceramente, esperava mais do filme. Mesmo assim, gostei de ter assistido. O filme não é um terror profundo, de dar sustos, que conta a história de uma menina louca. Ele se aproxima muito mais da história de uma garota tímida e ingênua que sofre bullying na escola e descobre, por acaso, que tem poderes sobrenaturais. Além disso, a parte em que toda a desgraça começa a acontecer pareceu um pouco forçada. Acho que, por ser um clássico da literatura, baseado na obra de Stephen King, vale a pena assistir. E eu fiquei, sem dúvidas, morrendo de curiosidade para ler o livro!