16 de junho de 2013

Cidade das Cinzas

Nome: Cidade das Cinzas
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record

A resenha tem spoilers de "Cidade dos Ossos"



Depois do final do primeiro livro - e de ver como Cassandra Clare consegue nos deixar preso e nos envolver no  mundo mágico que criou - eu não pude deixar de começar a ler logo o segundo. Ela consegue colocar assuntos  - incesto, homossexualismo - de uma forma que não nos deixe abalar tanto.


O mundo de Clary virou de cabeça para baixo. Mais uma vez. Primeiro, ela descobre que o mundo é mais amplo do que o que imaginava - e que ela não é uma mundana, como imaginava. Depois, sua mãe entrou em um coma -e ela não faz ideia de como reverter a situação. Pelo menos ela não estava mais em perigo, né? Ainda, Jace, o Caçador de ombrar sarcástico e charmoso por quem se apaixonou, é seu irmão - e Valentim, aquele a quem aprendeu a odiar, é pai deles. 

Clary, agora, tem que tentar se relacionar com Jace como sendo apenas sua irmã, por mais difícil que isso seja - e aceitar o fato de que Simon está apaixonado por ela, tentando fazer com que ele não sofra com isso. Além disso, Clary conhece mais sobre si mesma - e descobre que pode ser uma caçadora de sombra melhor do que imaginava.

Conhecemos melhor outros personagens. Jace tem suas proteções quebradas. Percebemos que ele não é aquele cara frio e sem medo que aparenta - existe alguém por trás disso. Ele demonstra um conflito interno entre a família que o criou de forma carinhosa, os Lightwoods, e seu pai. Ele tem que escolher entre seguir o pensamento louco de seu pai e ficar do lado dele, ou dar as costas e se colocar contra ele. Muitos - como a clave, por meio da Inquisidora, e até membros da família Lightwood - duvidam que Jace consiga dar as costas a seu pai, o que o deixa ainda mais confuso. Além disso, o único amor que realmente sentiu não pode ser concretizado: Clary é sua irmã.

Simon também aparece cada vez mais - e gostei bastante disso, gosto bastante de seu personagem! Ele perde o medo de ficar junto de Clary e dá um passo adiante entre a amizade e o 'alguma coisa a mais'. E, como fez em toda sua vida, não quer sair do lado dela - mesmo sendo um mundano e não pertencendo a este mundo sobrenatural. E, é claro, isso pode expô-lo a riscos. E que riscos! 

As aparições de Magnus Bane também são mais frequentes. O grande mago de Brooklyn mostra sua grandeza quando faz coisas que ninguém mais consegue fazer, como curar feridas quase impossíveis. Além disso, ele já demonstrava, desde o primeiro livro, interesse em Alec, outro caçador de sombras. É engraçado ver como o garoto, após dar um passo a frente nesse relacionamento, lidá com o conflito que está em sua cabeça.

E, é claro, Valentim se mostra cada vez mais forte - e ficamos cada vez com mais medo que ele consiga o que quer. Com os Instrumentos Mortais em mãos, ele conseguiria destruir a clave e atingir seu objetivo. E, é claro, ele vai tentar convencer Jace, seu filho, de lutar a seu lado - o que vai confundir ainda mais a cabeça do garoto.


Não posso deixar de notar algumas características do livro que podem ser comparadas com a saga de Harry Potter: os dois Instrumentos Mortais que conhecemos, por exemplo: um Cálice Maldito, que pode ser comparado com o Cálice de Fogo; e a Espada, que lembra a espada de Grifindor; também podemos falar da Inquisidora, que lembra a Dolores Umbridge; e um mago incrível que faz coisas que quase ninguém consegue fazer: Magnus Bane e Dumbledore!

Mesmo assim, o livro é ótimo, te prende a cada segundo. Eu dormia mal e virava um zumbi no dia seguinte durante a leitura, porque não conseguia parar de ler a noite. Só dormia porque realmente precisava. E o final, mais uma vez, me deixou mais do que curiosa e morta de vontade de ler o próximo livro! E tenho certeza que vou adorar ler, ainda mais se for bom como os dois primeiros!

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