21 de janeiro de 2011

O Menino do Pijama Listrado

Nome: O Menino do Pijama Listrado
Autor: John Boyne
Editora: Cia das Letras



Acabei de ler "O menino do Pijama Listrado" e gostei muito do livro. Para aqueles que não conhecem, o livro conta a história de Bruno, um garoto de 9 anos que vive durante o período da 2ª Guerra Mundial e faz amizade com Shmuel, um judeu de mesma idade.


O que mais me chamou a atenção é o fato de que Bruno é filho de um comandante do exército nazista alemão e, mesmo assim, não entende exatamente os fundamentos do nazismo. A narrativa tem início quando a família do protagonista muda-se para Haja-Vista, uma casa próxima a um campo de concentração, o qual o pai teria de comandar. Bruno consegue ver de sua janela as pessoas que vivem no campo, mas não sabe o porquê vivem lá e nem por que todas vestem as mesmas roupas – pijamas listrados, o que dá o nome ao livro – e, apesar da restrição dos pais, resolve andar ao longo da cerca para explorar a região. Encontra, então, Shmuel sentado do outro lado da cerca, começa a conversar com ele e, com o tempo e sucessivos encontros, os dois tornam-se grandes amigos.


Mesmo sabendo que não poderia continuar com essa amizade e, por isso, não contar a ninguém sobre ela, Bruno continuava a visitar seu amigo todos os dias. Ao saber que voltaria a Berlim, o protagonista combina uma aventura com seu amigo – no qual vestiria um pijama listrado, atravessaria a cerca e tentaria encontrar o pai de Shmuel, que havia sumido. Bruno acreditava que o outro lado da cerca era uma cidade normal, com restaurantes e famílias felizes. Porém, ao atravessá-la assustou-se com o que viu. Não entendia como o pai, a quem respeitava tanto, poderia comandar um lugar daquele modo – e ainda acreditava que deveria haver alguma justificativa para isso. Por acaso, exatamente no dia em que Bruno resolvera atravessar a cerca, o grupo que estava no local onde os garotos estavam foi escolhido para ir à câmara de gás.


Ao perceber que o filho não voltava, a mãe de Bruno prolongou sua estadia em Haja-Vista e, somente depois de meses fora a Berlim ver se o encontrava lá. O pai, depois de um de seus soldados achar a roupa do filho do seu lado da cerca, formulou uma teoria e, – pelo que parece–, percebeu que foi o culpado pela morte do filho.


Enfim, percebe-se claramente, que o livro mostra a falta de sentido do nazismo. O comandante, que era adepto ao partido, arrepende-se – provavelmente – por ter sido o responsável pela morte do filho. Por outro lado, Bruno apresenta críticas, ainda que leves, ao regime – já que consegue ver que ele não é superior aos outros simplesmente por ser alemão (apesar de o garoto falar isso, ele apenas está repetindo o pai e não entende realmente o porquê).


O livro foi bem avaliado por diversos jornais, como The Guardian, USA today, entre outros; foi vencedor do Irish Book Awards em 2008 tornou-se um filme, que eu ainda não vi, mas pretendo ver algum dia. Recomendo o livro a todos!